O PODER DO ESCORE DE CALCIO CORONARIANO NA RE-ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES DIABÉTICOS NO ESTADO DE SANTA CATARINA.
Conforme a diretriz brasileira de dislipidemias, a identificação de pacientes assintomáticos sob maior risco para doença aterosclerótica é crucial para prevenção efetiva. A estimativa de risco é calculada pela soma dos critérios de riscos individuais potencializados por sinergismos entre eles. Tarefa complexa que frequentemente resulta em subestimação ou superestimação do risco real. Algoritmos conhecidos, Framingham, Reynolds, Risco Global, Risco pelo Tempo de Vida e outros, são opções praticas porém dados da literatura apontam falhas para determinados pacientes, incluindo-se entre estes, diabéticos classificados como alto risco e outros de risco intermediário.
Avaliar o poder de re-estratificação do risco coronariano de pacientes diabéticos atendidos no estado de SC por meio do Escore de Cálcio Coronariano (ECC).
Estudo observacional transversal retrospectivo, com 1322 pacientes de 40 anos ou mais atendidos em Santa Catarina e ECC realizado. Destes, 7,7% (n=102) preencheram os critérios de inclusão: diabéticos com exames de rastreio e/ou acompanhamento dentro de 2 anos. O perfil epidemiológico obtido foi: 55% (n=56) homens e 45% (n=46) mulheres. A idade média destes pacientes foi de 60 anos e a prevalência de HAS e Tabagismo foi de 52% e 9,8% respectivamente.
Dentre os estudados, 35,3% (n=36) apresentaram ECC=0, 13,7% (n=14) ECC entre 1-10, 32,4% (n=33) ECC entre 11-399 e 18,6% (n=19) ECC >400. O EC negativo indica baixa probabilidade de Doença Arterial Coronariana (DAC), sendo preditivo em um período de 2-5 anos. Já ECC entre 1-99 ou -p75 confirma DAC e prediz risco moderado-baixo em 2-5 anos. O risco moderado-alto é atribuído aqueles com ECC entre 100 e 399 ou com p75 para idade e sexo. Pacientes com ECC +400 são portadores de aterosclerose intensa e possuem alto risco absoluto. Assim, o método associado aos fatores de risco convencionais e escores populares, pode re-estratificar e alterar a conduta clínica, principalmente em diabéticos e pacientes em risco intermediário, o que apresentou-se verdadeiro.
O EC foi uma ferramenta extremamente últil, re-estratificando 53,9% (n=55) da população diabética estudada. Destes, 35,3% (n=36) passaram de risco intermediario-alto para baixo risco e 18,6% (n=19) confirmaram-se alto risco cardiovascular. A associação de escores consolidados com ECC possibilitou a aproximação de um marcador ideal ainda inexistente. O ECC pode ser considerado, desta forma, preditor independente de mortalidade nesta população.
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Clínica Médica
Cliniimagem Diagnóstico Médico por Imagem - Santa Catarina - Brasil, Hospital São João Batista - HSJB - Santa Catarina - Brasil, Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC - Santa Catarina - Brasil
Samuel Cesconetto, Bruna Silva Cesconetto, Christian da Silva Dal Pont, Guilherme Santana De Azevedo