Título

MENINGITE CRIPTOCÓCICA EM CRIANÇA COM GRANULOMATOSE DE WEGENER: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A criptococose é uma infecção sistêmica causada pelo fungo encapsulado Cryptococcus neoformans, que mostra predileção pelo sistema nervoso central. O comprometimento da imunidade celular é o principal fator predisponente para infecção pelo C. neoformans, havendo um aumento importante dos casos após o advento da AIDS e da utilização de drogas imunossupressoras.

Objetivos

O presente trabalho visa relatar um caso de meningite criptocócica em criança com Granulomatose de Wegener.

Delineamento e Métodos

Estudo desenvolvido a partir de pesquisa documental, ancorada em dados obtidos do prontuário médico do paciente, admitido em hospital de referência no interior da Paraíba. Além disso, realizou-se observação da internação associado à consulta bibliográfica em base de dados.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente, sexo feminino, 13 anos, com diagnóstico de granulomatose de Wegener há 4 anos, em terapia com prednisona, enalapril e micofenolato de mofetil desde de então. Admitida com queixa de cefaléia moderada, vômitos e visão turva há 7 dias. Referia contato com pássaros. Ao exame encontrava-se em estado geral regular, eupneica, corada, afebril, sem sinais meníngeos e outras alterações. A partir disso, iniciou-se conduta de suporte e solicitação de exames complementares. Hemograma revelou hemoglobina (14,1 g/dL), hematócrito (42%), leucócitos (11.700/mm³), plaquetas (302.000 mm³). Radiografia de tórax sem alteração. Ultrassonografia abdominal normal. Tomografia computadorizada de crânio sem alterações significativas assim como ressonância magnética de crânio. Líquido cefalorraquidiano demonstrou ausência de crescimento bacteriano e verificou-se aumento da pressão durante a coleta. Diante da epidemiologia, uso crônico de corticoterapia e aumento da pressão liquórica, foi solicitado exame direto para pesquisa de cryptococcus com Tinta da China, demonstrando resultado positivo. Iniciou tratamento com anfotericina B convencional, no entanto, ao término da segunda semana da terapia, houve aumento da uréia (95 mg/dl) e creatinina (3 mg/dl), modificando assim a terapêutica para anfotericina B lipossomal. Respondeu bem ao tratamento estabelecido.

Conclusões/Considerações Finais

O caso relatado pôde validar a elevada sensibilidade do critério diagnóstico clínico-epidemiológico da Criptococose corroborando a importância de sua aplicação.

Palavras-chave

Meningite Criptococócica; Cryptococcus neoformans; Granulomatose de Wegener