Attitude Promo
(48) 3047-7600 cbcm@attitudepromo.com.br
13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Atraso diagnóstico em doença de Behçet

Fundamentação/Introdução

A doença de Behçet (DB) é caracterizada por um fenótipo clínico e evolutivo extremamente heterogêneo. Embora existam critérios clínicos diagnósticos definidos, por vezes, o diagnóstico de DB pode ser um desafio. Aqui, descrevemos um paciente mal diagnosticado, o qual na realidade tratava-se de DB.

Objetivos

Atentar para o atraso diagnóstico da DB frente à apresentação inicial atípica.

Delineamento e Métodos

Revisão de prontuário e revisão sistemática da literatura (bases de dados Medline, Embase e sciELO).

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente masculino, 50 anos, com história de dispnéia e edema de membros inferiores bilateral, avaliado em diferentes unidades de atenção primária nos últimos meses. Ao exame físico, apresentava pressão arterial de 160x90mmHg, frequência cardíaca de 124bpm, freqüência respiratória de 28irpm, saturação de oxigênio de 93%, obesidade grau II, anasarca, lesões cutâneas nos quatro membros, úlcera aftosa em língua e úlcera em região genital. As taxas de sedimentação de eritrócitos e proteína C-reativa ultra-sensível foram elevadas. A radiografia de tórax revelou cardiomegalia e congestão pulmonar. Ecocardiograma foi compatível com disfunção diastólica do ventrículo esquerdo. Tratamento específico para insuficiência cardíaca foi iniciado. Hipótese inicial de sífilis foi descartada com testes sorológicos negativos. Teste de patergia foi positivo em braço esquerdo. O diagnóstico de DB foi então estabelecido. Pulsoterapia com metilprednisolona intravenosa foi iniciada, com melhora dos sintomas. Na literatura, o envolvimento cardíaco como apresentação clínica inicial na DB tem sido raramente descrito. Diferente do nosso caso, disfunção ventricular esquerda tem sido relatada principalmente em pacientes com DB assintomáticos. É relevante neste caso não haver nenhum exame complementar específico que tenha ajudado no diagnóstico de BD, já que este é inteiramente baseado em critérios clínicos. Embora a manifestação inicial tenha sido atípica, o paciente teve manifestações típicas de DB durante o curso clínico, como anteriormente relatado.

Conclusões/Considerações Finais

Interpretações equivocadas, subdiagnósticos e erros diagnósticos têm sido descritos na DB como possivelmente secundários ao desconhecimento médico e a informações clínicas insuficientes (anamnese e exame físico). É importante avaliação clínica completa e criteriosa para evitar atrasos no diagnóstico e tratamento, reduzindo assim a morbidade e mortalidade.

Área

Clínica Médica

Autores

Gabriela Camargo Bestane, Flavia Tomazini da Silva, Marcella Maria Soares, Karin Milleni de Araujo, Myrtis Losada Tourinho