Arterite de Takayasu grave em mulher de 21 anos com a artéria vertebral esquerda como único meio de irrigação cerebral.
Mulher de 21 anos, portadora de Arterite de Takayasu, apresenta lesões importantes em artérias renais, aorta torácica ascendente, artéria subclávia direita, artérias carótidas internas e artéria vertebral direita. O único meio de o cérebro ser irrigado é pela artéria vertebral esquerda, cujo calibre está reduzido.
Demonstrar a gravidade que um caso de Arterite de Takayasu pode apresentar caso não haja diagnóstico e terapêutica precoces e adequadas.
Relato de caso.
Paciente do sexo feminino, obesa, de 21 anos apresentou em março de 2015, dor lombar, astenia, hipertensão arterial sistêmica secundária, ataque isquêmico transitório, perda de força ao movimentar membros superiores e febre. Foi internada para investigação em serviço de medicina interna. Em arteriografia foram evidenciadas lesões nas artérias renais, aorta torácica ascendente, artéria subclávia direita, artérias carótidas internas e artéria vertebral direita. De modo que o único meio do cérebro da paciente ser irrigado é pela artéria vertebral esquerda, cujo calibre está reduzido. Foi diagnosticado arterite de Takayasu e, pela gravidade do quadro, indicada pulsoterapia com metilprednisolona, visando controle do processo inflamatório. Posteriormente, iniciou-se prednisona em dose imunossupressora, além de AAS e rosuvastatina, visando proteção endotelial. Durante tentativa de desmame do corticóide, paciente cursou com nova atividade de doença, demonstrando que este caso se apresentava resistente à corticoterapia, sendo então necessário o uso de droga imunossupressora para melhor controle da doença. Além disso, seria prudente poupar o uso de corticóide em paciente jovem que inclusive apresentou efeitos colaterais com o uso da droga. Tais como, redução do cálcio, mau controle pressórico, disglicemias, ganho de peso e alterações cutâneas. Em revisão de literatura, constatou-se que a medicação mais indicada para essa imunossupressão é mofetil micofenolato, que foi prescrito para a paciente, cujas graves lesões poderiam levar a danos cerebrais irreversíveis ou óbito. A paciente recebeu alta hospitalar em bom estado geral e mantém acompanhamento ambulatorial no mesmo serviço, sem novas queixas. Este caso é notável porque demonstra o quão grave a Arterite de Takayasu, uma doença rara, pode se apresentar.
Baseando-se nas observações expostas e nos dados da literatura, conclui-se que é de fundamental importância o diagnóstico e condução precoce de um caso de paciente com Arterite de Takayasu.
Arterite de Takayasu, ataque isquêmico transitório, mofetil micofenolato, estenose de artéria vertebral esquerda, hipertensão arterial sistêmica secundária.
Clínica Médica
Universidade Federal de Uberlândia - Minas Gerais - Brasil
Paula Cunha Vieira, Lidiane Moreira Nahas, Marcos Vinicius da Silva, Tairon Said Batista Leite