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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Injúria renal aguda em pacientes com cirrose hepática. Uso do critério de KDIGO.

Fundamentação/Introdução

A Injúria renal aguda (IRA) ocorre em 11 a 49% dos pacientes com cirrose descompensada e apresenta uma elevada taxa de mortalidade,especialmente quando associada à Síndrome Hepatorrenal (SHR). O diagnóstico de SHR utiliza o nível de creatinina plasmática superior a 1,5 mg/dl. Recentemente vem sendo proposto que novos critérios de IRA como o AKIN, RIFLE e KDIGO sejam utilizados em pacientes hepatopatas, permitindo desta forma o diagnóstico mais precoce da IRA.

Objetivos

Determinar a prevalência de IRA em pacientes portadores de cirrose hepática, através dos critérios de KDIGO e verificar fatores precipitantes e mortalidade.

Delineamento e Métodos

Estudo de coorte, prospectivo, transversal de janeiro de 2014 a maio de 2015. O diagnóstico de cirrose hepática foi baseado em dados clínicos, bioquímicos, endoscópicos e ultrassonográficos. A severidade da cirrose foi estabelecida através de escores de Child-Pugh e MELD. O diagnóstico de IRA foi baseado nos critérios de KDIGO. Os dados foram expressos como média ± desvio padrão e analisados pelo software SPSS versão 20.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

A amostra foi composta por 49 pacientes com idade de 59,3 ± 14,9 anos, 59% do sexo masculino, com Child Pugh A em 8,1%; B em 48,9 e C em 42,8%, e score de MELD de 16,7 ± 6,5. A etiologia da cirrose foi alcoólica em 32,6%,idiopática em 10,2%, esquistossomótica em 16,3%, auto-imune em 6,1%,hepatite B ou C em 6,1% e mista em 28,5%. A prevalência de IRA foi de 55%, 36,7% na admissão e 18,3% durante o internamento, sendo 22,4% em SHR tipo 1 e 10,2 % em SHR tipo 2. Os fatores precipitantes para IRA foram: hipovolemia e pós paracentese em 66,6%, infecciosa em 25,9% e nefrotoxicidade em 7,4%. Em relação a gravidade da IRA, 51,8% estavam em KDIGO 1, 14,8% em KDIGO 2 e 33,3% em KDIGO 3. Os pacientes em IRA apresentaram maior taxa de infecções (61% versus 27,2% nos sem IRA; p=0,04) e usaram mais expansores plasmáticos(66,7% versus 27,3% sem IRA; p=0,01). A mortalidade foi significativamente mais elevada em pacientes com IRA (30,8% versus 9,1%, p= 0,03).

Conclusões/Considerações Finais

Houve elevada prevalência de IRA com o uso do critério de KDIGO em pacientes com cirrose descompensada (55%). O uso desta ferramenta na definição de SHR parece permitir a identificação mais precoce de casos de IRA. As principais etiologias da IRA foram a hipovolemia e pós paracentese e mais da metade dos pacientes se apresentou em estágios iniciais da IRA (KDIGO 1). A despeito deste achado, a mortalidade foi significativamente superior nos pacientes que desenvolveram IRA.

Palavras-chave

Sindrome hepatorrenal; Cirrose hepática; Injúria renal

Área

Clínica Médica

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Maceió - Alagoas - Brasil

Autores

Ivia Carolina Resedá Magalhães, Christiano Marx Barbosa Mota, Emillene Cursino Cordeiro, Flávio Teles Farias Filho, Celina Maria Costa Lacet