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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

DIFICULDADE DIAGNÓSTICA NA AUSÊNCIA CONFIRMAÇÃO LABORATORIAL: TROMBOSE DE VEIA CAVA SUPERIOR EM PACIENTE ANTICOAGULADO COMO MANIFESTAÇÃO DA DOENÇA DE BEHÇET

Fundamentação/Introdução

A doença de Behçet (DB) acomete vasos de diversos calibres e tem diagnóstico exclusivo por critérios clínicos comumente não concomitantes. A trombose venosa é a principal complicação e a de Veia Cava Superior está presente em 6% dos casos.

Objetivos

Relatar caso de paciente internado na enfermaria de hospital terciário do interior paulista.

Delineamento e Métodos

Relato descritivo retrospectivo por acesso a prontuário eletrônico.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente masculino, 27 anos, com febre, anasarca, oligúria, diplopia, instabilidade de marcha e cefaléia há 1 mês. Tratado inicialmente com Isoniazida, Rifampicina, Pirazinamida e Etambutol para Tuberculose meníngea e renal devido à proteinorraquia e pleocitose linfocitária em exame liquórico e proteinúria nefrítica em urina de 24 horas. Posteriormente apresentou trombose venosa profunda em membro inferior esquerdo tratada com varfarina (INR entre 2-3). Ainda com febre, anasarca, cefaléia, mialgia, artralgia, náuseas, vômitos, sonolência e pústulas acneiformes faciais e cervicais, foi aventada hipótese de doença reumatológica. Iniciada dexametasona em dose imunossupressora com melhora clínica em 2 semanas. FAN, c-ANCA, p-ANCA, anticardiolipina IgG/IgM e anticoagulante lúpico mostraram-se negativos. Após 5 dias de suspensão do corticóide apresentou febre, náusea, vômitos, diarréia, aftas orais, anemia e edema facial e de membro superior esquerdo. Trombose de Veia Cava Superior confirmada com venografia e varfarina substituída por heparina de baixo peso molecular. O diagnóstico de DB foi firmado por critérios clínicos presentes antes e durante a internação (relatou em anamnese aftas orais dolorosas recorrentes nos últimos 2 anos e distúrbio visual inflamatório vascular com infiltrado algodonoso em exame de fundo de olho realizado havia 10 meses). A dexametasona foi reiniciada associada a azatioprina e o tratamento para tuberculose suspenso. Depois de 10 dias o paciente assintomático teve alta hospitalar.

Conclusões/Considerações Finais

Não há teste laboratorial que possa firmar o diagnóstico de DB e este é realizado por presença de úlceras orais herpetiformes ou aftosas 3 vezes no último ano associadas a: úlceras genitais recorrentes, uveíte anterior ou posterior, vasculite retiniana, eritema nodoso, pseudofoliculite, lesões papulo-pustulosas ou acneiformes ou positividade no teste de patergia. No relato, a trombose de Veia Cava Superior em vigência de anticoagulação como complicação vascular auxiliou no diagnóstico final, pois os sintomas característicos não foram simultâneos.

Palavras-chave

Doença de Behçet, trombose venosa, síndrome da veia cava superior.

Área

Clínica Médica

Instituições

Fundação Santa Casa de Franca - São Paulo - Brasil

Autores

Stella Mariana Ferreira Giolo, Maria Clara Melo Cury, Lorena Alves Faria Ribeiro, Cícero Marcolino da Silva Júnior, Wilson Cunha Júnior