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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Lúpus Eritematoso Sistêmico grave em homem com exposição ocupacional à sílica: relato de caso

Fundamentação/Introdução

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune inflamatória crônica que possui uma fisiopatologia multifatorial envolvendo fatores genéticos e ambientais. Os homens - 10 vezes menos acometidos que mulheres - geralmente se apresentam com formas mais agressivas, tendo maior mortalidade e número de desfechos desfavoráveis. Dentre os fatores ambientais, estudos recentes mostram que não apenas a silicose mas a simples exposição ocupacional prolongada à sílica aumenta o risco de LES.

Objetivos

Relatar um caso de lúpus grave em um homem com história de exposição ocupacional à sílica, atentando para maior agressividade da doença em relação às mulheres.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

E.V.F, 40 anos, masculino, tabagista com exposição ocupacional à sílica há 20 anos, admitido em hospital terciário com um quadro de 15 dias de dor torácica, tosse, dispneia com ausência febre e hematoquezia. História pregressa de artralgias difusas e intermitentes há 1 ano, artrite de cotovelo esquerdo e lesões de pele bolhosas e eritemato descamativas principalmente em áreas fotoexpostas há 4 meses. Na admissão, paciente em bom estado geral, taquipneico, oximetria de pulso normal, estertores crepitantes bibasais, edema periférico com cacifo, lesões de pele eritemato descamativas difusas e hipo/hipercrômicas residuais, alopécia e hiperceratose palmoplantar. Exames laboratoriais revelaram anemia normocítica normocrômica, sem leucocitose, sorologias negativas, PCR 8,43 mg/dL, VHS 100 mm/hr, Creatina kinase, função renal e hepática normais. Parcial de urina com leucocitúria e hematúria dismórfica; urocultura negativa; proteinúria em 24 horas de 3 gramas. Tomografia mostrou derrame pleural bilateral, espessamento pericárdico e vasculite mesentérica. Após resultado de FAN positivo > 1:640 (padrão homogêneo) iniciou-se prednisona, hidroxicloroquina, cálcio, vitamina D e albendazol. Demais exames revelaram anticorpos anticoagulante lúpico e anticardiolipina negativos, anti-RNP e anti-Ro positivos, Coombs direto reagente, C4 baixo. Foi realizada a biópsia renal (em análise) e iniciada pulsoterapia com metilprednisolona, seguida de ciclofosfamida e mesna. Paciente evoluiu com melhora das queixas e alta hospitalar após 18 dias de internamento, com plano de acompanhamento ambulatorial.

Conclusões/Considerações Finais

Os fatores de risco não clássicos para LES em homens devem ser valorizados e o diagnóstico feito o mais precoce possível devido ao maior potencial de morbimortalidade da doença nesse grupo.

Palavras-chave

Lúpus Eritematoso Sistêmico; Doença autoimune; Sílica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Maurício Carvalho, Rafael Junges Spada, Leonardo Bassani, Fernando Gioppo Blauth, Bruno Ribeiro Batista