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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

AVC recorrente como primeira manifestação da Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo: relato de caso

Fundamentação/Introdução

A síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF) é uma doença sistêmica autoimune caracterizada por trombose arterial e venosa, morbidade gestacional e presença de níveis séricos de anticorpos antifosfolipídeos(aFLs) elevados e persistentemente positivos.

Objetivos

Demonstrar que raramente as primeiras manifestações clínicas da SAF advém do comprometimento neurológico.

Delineamento e Métodos

Estudo empírico de relato de caso, que investiga o fenômeno da SAF em paciente com AVC recorrente.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente masculino, 56 anos, com antecedentes de hipertensão arterial sistêmica e doença renal crônica estágio III, apresentou primeiro evento de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) em julho de 2014 caracterizado por hemiparesia direita de inicio súbito. A imagem de ressonância magnética (RM) de crânio na ocasião evidenciou múltiplos infartos lacunares agudos e subagudos precoces dispersos bilateralmente. O estudo por eco cardiograma transesfofágico (ECOTE) revelou discreta hipertrofia concêntrica. A angioRM de crânio e vasos cervicais evidenciou sinais de ateromatose, assim como a angiografia cerebral, porém sem estenoses significativas. Optou-se por início de dupla antiagregação plaquetária com ácido acetilsalicílico e clopidogrel. Em outubro de 2014, em uso regular da medicação, apresentou novo AVCI dessa vez configurando síndrome vestibular aguda de origem central. A RM de crânio demostrou infarto lacunar agudo e múltiplos outros focos isquêmicos. Novos exames por ECOTE e AngioRM de vasos intra e extracranianos não evidenciaram alterações relevantes. O estudo do líquor foi normal. As provas inflamatórias eram normais. Sem evidências de comprometimento de outros sistemas. A pesquisa de trombofilias hereditárias foi negativa. As provas de autoimunidade resultaram negativas, exceto pela presença de anticorpo anticoagulante lúpico, a perenidade do mesmo foi confirmada após 12 semanas. Confirmou-se o diagnóstico de SAF Primária e foi iniciada anticoagulação com Varfarina. O paciente não apresentou novos eventos trombóticos.

Conclusões/Considerações Finais

A SAF é uma doença sistêmica que pode comprometer o sistema nervoso central através dos mecanismos trombóticos causando AVCI ou ataque isquêmico transitório (AIT). Além disso, há formas de comprometimento não trombóticas que incluem manifestações neuropsiquiátricas. As alterações neurológicas podem representar as primeiras manifestações da doença, é recomendado pesquisa dos aFLs em casos de AVCI ou AIT em pacientes jovens bem como em quadros neuropsiquiátricos sem etiologia definida.

Palavras-chave

síndrome do anticorpo antifosfolipídeo; acidente vascular cerebral isquêmico; anticorpo anticoagulante lúpico

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário do Espirito Santo - Espírito Santo - Brasil

Autores

HENRIQUE OLIVEIRA LARANJEIRA, ILANE COVRE SAGRILLO, FÁBIO FIENI TOSO, MARCELA DALLA BERNARDINA FRAGA