Avaliação da Qualidade do Sono em Pacientes com Transtorno do Jogo
Pacientes com Transtorno do Jogo (TJ) são rotineiramente submetidos à grande carga de estresse devido a problemas financeiros e familiares; frequentemente possuem múltiplos fatores de risco para doenças metabólicas e sofrem de privação do sono. Devido ao estilo de vida, compõem um grupo suscetível aos transtornos do sono.
Avaliar a qualidade do sono em pacientes com TJ.
Realizado estudo transversal de junho de 2014 a julho de 2015 aplicando-se os questionários do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) e da Escala de Sonolência de Epworth (ESE) em pacientes atendidos no programa ambulatorial do jogo. Pela soma final da PSQI foi considerada de 0 a 4 “boa qualidade do sono”, de 5 a 10 “qualidade ruim do sono” e de 11 a 21 “distúrbio do sono”. Em relação a ESE o escore varia de 0 a 24, sendo que valores acima de 10 foram considerados para o diagnóstico de sonolência diurna excessiva (SDE).
Foram avaliados 57 pacientes no período. A média de idade da amostra foi de 57 anos (±12), com 49% de homens. Através do questionário PSQI verificou-se que os pacientes com TJ iniciavam o sono em média 1 hora da madrugada, demoravam em média 25 minutos para pegar no sono, com uma média de horário para despertar às 8 horas e 40 minutos da manhã e duração média do sono de 8 horas. 100% da amostra acordou no meio da noite pelo menos uma vez por semana e 35 pacientes (61,4%) despertou durante a noite três ou mais vezes na semana. 56% dos pacientes classificaram a qualidade do seu sono como “muito boa” ou “boa” e 44% como “ruim” ou “muito ruim”. 58% relataram ter feito uso de medicações para dormir nos últimos 30 dias da entrevista, sendo que 24,5% da amostra relatou uso de medicações para dormir três ou mais vezes na semana no último mês. Em relação a pontuação final da PSQI a média geral foi de 7,3 (±4,5), caracterizando qualidade ruim do sono, sendo que 15 pacientes (26,3%) preencheram critérios para distúrbio do sono. A análise dos dados da ESE mostrou que 100% da amostra apresentava algum grau de dificuldade para ficar acordado em determinadas situações referidas pelo menos uma vez por semana. A média para ESE foi de 7,4 (±4,6), e 9 pacientes (15,8%) da amostra preencheram critérios para SDE.
Neste estudo, pacientes com TJ preencheram critérios para qualidade ruim do sono (média geral da PSQI 7,3) havendo correlação com os critérios para sonolência diurna excessiva.
TRANSTORNO DO JOGO, SONO, DISTÚRBIO DO SONO.
Clínica Médica
GUNTHER DI DIO KRAHENBUHL, ABDO LATIF FARES, ANTONIO EDUARDO PESARO, HERMANO TAVARES