ANÁLISE DA TAXA DE MORTALIDADE POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL - 2008 A 2014
O acidente vascular encefálico (AVE) é a segunda maior causa de morte e a principal causa de incapacidade no mundo (15 a 30% dos sobreviventes), afetando diretamente os parâmetros socioeconômicos da população mundial. Estima-se que dois terços das mortes por AVE ocorram em países em desenvolvimento.
Descrever o perfil da mortalidade hospitalar secundária a AVE no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, no período de 2008 e 2014.
Estudo observacional, descritivo de série temporal com dados secundários e agregados obtidos na base de dados do Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS, disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Os dados obtidos foram reorganizados e analisados por meio do programa Microsoft Excel.
A taxa de mortalidade por AVE, no SUS, durante o período estudado foi de 16,61. Esta taxa foi de 17,13 em pacientes do sexo feminino e 16,12 do masculino. O número de óbitos, entretanto, foi maior no sexo masculino. É possível notar que a taxa de mortalidade se mostrou decrescente de 2008 a 2014 em todos os anos da série estudada. As faixas etárias mais acometidas foram acima de 80 anos (23,17), de 70 a 79 anos (17,13), menores que 1 ano (14,57) e entre 60 e 69 (14,34). A maior mortalidade observada quanto à variável cor/raça foi dos pacientes que não apresentavam registro desta informação (18,41). A raça amarela apresentou a segunda maior taxa de mortalidade (17,38), seguida das raças parda (16,01), preta (15,56), branca (15,28), indígena (15,07). Quanto às regiões nacionais, a região nordeste apresentou a maior taxa de mortalidade (17,74), seguido das regiões norte (17,14), sudeste (17,11), centro-oeste (15,63) e sul (13,61).
O perfil epidemiológico que demonstrou maior taxa de mortalidade foi de pacientes do sexo feminino, nos extremos de idade, residentes da região nordeste. A taxa de mortalidade por AVE ainda é alta no Brasil, principalmente nas regiões nordeste, norte e sudeste, demonstrando a necessidade de um maior controle dos fatores de risco, bem como de melhorias no diagnóstico e manejo desses pacientes, para assim evitar complicações, óbitos e proporcionar melhor prognóstico e qualidade de vida.
Acidente vascular encefálico; Taxa de mortalidade; SUS; Perfil da mortalidade.
Clínica Médica
Emílio Magalhães Martins Gutzeit Will, Ana Beatriz Didier Studart, Mateus Fagundes Góes, Isadora Aragão Silva Trabuco, Victor da Paixão Guimarães