ANÁLISE DA TAXA DE MORTALIDADE POR DENGUE HEMORRÁGICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL - 2008 A 2014
A dengue é a mais importante doença viral transmitida por artrópodes em seres humanos. O acontecimento epidemiológico mais relevante na história da dengue nas Américas é a epidemia da sua forma hemorrágica.
Descrever o perfil da mortalidade hospitalar secundária a dengue hemorrágica no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil no período de 2008 a 2014.
Estudo observacional, descritivo de série temporal com dados secundários e agregados obtidos na base de dados do Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS, disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Os dados obtidos foram reorganizados e analisados por meio do programa Microsoft Excel.
A taxa de mortalidade por dengue hemorrágica, no SUS, durante o período estudado foi de 3,61. Esta taxa foi de 3,45 em pacientes do sexo feminino e 3,78 do masculino. A raça amarela apresentou a maior taxa de mortalidade (5,80), seguida das raças preta (4,81), indígena (4,35), branca (3,64) e parda (3,26). Pacientes sem registro de raça apresentaram taxa de mortalidade de 3,76. No que se refere à faixa etária, a taxa de mortalidade foi mais expressiva entre pacientes acima de 80 anos (15,00), seguida das faixas de 70 a 79 anos (10,86), 60 a 69 anos (8,62) e 50 a 59 anos (5,97). A região do país com maior taxa de mortalidade foi a sul (5,61), seguida das regiões norte (4,69), centro-oeste (4,49), sudeste (3,92) e nordeste (2,66). Entretanto, em relação a número absoluto de óbitos, a região sul foi a que apresentou o menor valor (18). Do ano de 2008 (2,16) a 2013 (7,82) houve um aumento substancial na taxa, porém em 2014 (5,01) ocorreu uma redução considerável nesse valor.
A taxa de mortalidade por dengue hemorrágica no Brasil é maior no sexo masculino, na raça amarela e na faixa etária acima dos 80 anos. Houve um aumento da taxa conforme a ascensão das faixas etárias, a partir dos 5 a 9 anos. A região sul do país apresentou a maior taxa de mortalidade no período, em oposição ao número de óbitos, em que obteve o menor valor. Tal fato sugere que apesar da baixa ocorrência nessa região, os casos se apresentaram de forma mais fatal, possivelmente por a patologia ser menos frequente, sendo diagnosticada mais tardiamente. Conhecendo esse perfil, é possível agir de maneira mais efetiva e direcionada no controle dessa epidemia.
Dengue hemorrágica; Taxa de mortalidade; SUS; Perfil da mortalidade.
Clínica Médica
Emílio Magalhães Martins Gutzeit Will, Ana Beatriz Didier Studart, Marjorie Desiree Medrado Mascarenhas, Mateus Fagundes Góes, Lisandra Lemos Rocha