Avaliação de uma ação educativa em suporte básico de vida para adolescentes e jovens do ensino médio do município de Lages
Há uma falta de evidências comprovando a eficácia de práticas que visam à articulação do sistema de saúde para ampliar o acesso humanizado e oportuno em situação de urgência, como preconizado pelo Ministério da Saúde, através da Rede de Urgências e Emergências (RUE), e pelo Governo do Estado de Santa Catarina, através da instituição dos Planos de Ação Regional da RUE. Poucas foram as iniciativas para a implementação efetiva deste modelo, não apenas devido a dificuldade de integrar profissionais de saúde e sociedade, mas também por falta de evidências que suportem a realização de ações educativas nesse sentido.
Avaliar qualitativa e quantitativamente o projeto de extensão “Educação Permanente de Suporte Básico de Vida em Escolas Públicas e Particulares de Lages”, construído sob proposta da RUE e que objetivou o ensino prático-teórico de conhecimentos de Suporte Básico de Vida (SBV) por graduandos em medicina a jovens do Ensino Médio.
Estudo qualitativo e quantitativo, exploratório e descritivo, realizado em novembro/2014 em duas escolas, uma pública e outra particular, com voluntariado de 32 alunos, regularmente matriculados e com Termo de Assentimento Livre e Esclarecido preenchido e assinado pelo participante e seus responsáveis. O instrumento de coleta de dados consistiu em questionário de quinze questões objetivas abordando situações que necessitavam de conhecimento sobre SBV (com “sim”, “não” e “não sei informar” como alternativas) e duas perguntas discursivas solicitando a opinião sobre o projeto.
Nas questões objetivas, observou-se 381 acertos (79%) e 99 erros (21%). Questões com grande número de acertos (>90%) versavam sobre queimaduras, fraturas, asfixia, acidente vascular cerebral (AVC), perfurações e parada cardíaca. Cerca de 40% dos participantes agiram equivocadamente diante de intoxicações, acidentes com animais peçonhentos e não reconheceram corretamente os sinais de um AVC. 65,6% não souberam agir corretamente diante de uma epistaxe e 100% estavam corretos em comunicar os Bombeiros, não intervindo em acidente com vítimas presas em ferragens. Nas questões discursivas, prevaleceram elogios à parte prática realizada em bonecos de ressuscitação cedidos pelo SAMU/SC, à abordagem didática, e sugestões para a expansão da ação a outras instituições.
Os dados atestam a eficácia do projeto de extensão executado e a absorção do conteúdo ministrado, evidenciando a necessidade de mais ações educativas.
Avaliação Educacional; Suporte Básico de Vida; Pesquisa
Clínica Médica
Universidade do Planalto Catarinense - Santa Catarina - Brasil
Hafiza Makki, Viviane Mendes Cunha, Artur Carsten Amaral, Francisco Antônio Santos Grazziotin, Alexandre Zimmermann De Souza