Relato de caso de um mieloma múltiplo: aspectos clínicos e evolução
O mieloma múltiplo é uma neoplasia de plasmócitos com envolvimento multifocal do esqueleto. Acomete principalmente homens idosos,com maior incidência entre 65 e 70 anos de idade. As características clínicas estão relacionadas ao crescimento de plasmócitos anormais nos ossos,levando a dor, fraturas, hipercalcemia, substituição do tecido hematopoiético, produção excessiva de imunoglobulinas anormais que resultam em insuficiência renal por toxicidade e supressão da imunidade humoral.
Este estudo tem como objetivo relatar um caso de mieloma múltiplo e sua evolução.
Este relato é um estudo observacional descritivo, com análise de prontuário e revisão de artigos científicos.
P.B.L., masculino, 65 anos, procedente de Serra-ES. Em acompanhamento por diagnóstico de doença renal crônica estágio V, apresentou em 21/10/2013 hipercalcemia e proteína M à eletroforese, sendo encaminhado para investigação de mieloma múltiplo. Apresentava emagrecimento importante, dor em membros inferiores, ombros e dorso, fraqueza, náuseas, vômitos, hipercalcemia, creatinina de 7,2mg/dl, ureia de 79mg/dl e pressão arterial descompensada. Em 07/11 a radiografia de tórax, coluna e bacia apresentou aspecto compatível com mieloma múltiplo; o mielograma indicou infiltração linfoplasmocitária da medula óssea (MO); eletroforese de proteínas kappa e lambda e biópsia de MO com estudo imunohistoquímico em 23/11. Em 26/11 teve fratura em punho direito. Em 27/11 apresentou hematoma em região torácica lateral direita evoluindo no dia 28/11 com choque hemorrágico e hemoglobina de 3,6g/dl. Deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no dia 29/11 para o controle hemodinâmico, com estabilidade alcançada em 01/12. Recebeu alta hospitalar em 20/12, dando continuidade à hemodiálise e acompanhamento ambulatorial com hematologista. A biópsia do osso ilíaco revelou infiltração por plasmocitoma com escassa reserva hematopoiética, dando início à quimioterapia em 13/01/14. Em 16/02/14 foi internado por pneumonia hospitalar, realizando esquema com Vancomicina e Meropenem. Em 28/01 foi transferido para UTI por suspeita de sepse com leucocitose e derrame pleural, necessitando novo esquema de antibioticoterapia devido a função renal.Em 02/03 teve uma parada cardiorrespiratória com ressuscitação sem resultado, evoluindo a óbito.
O prognóstico é variável, mas geralmente desfavorável com sobrevida média de 4 a 6 anos e a cura ainda não foi alcançada.
Mieloma múltiplo; Neoplasia; Hipercalcemia.
Clínica Médica
Gabriella Veloso Santana, Gustavo Lourenço de Sousa Crepaldi, Hudson Silva Andrade, Bruna Elisa Arsego, Jônatas Galindo de Campos