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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

LOXOSCELISMO CUTÂNEO: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

O acidente provocado por aranha-marrom, conhecida como Loxosceles, é denominado Loxoscelismo. O habitat intradomiciliar da Loxosceles facilita a ocorrência de acidentes em humanos. O diagnóstico se baseia na história e exame clínico, associado à identificação do agente.

Objetivos

Descrever as características de um quadro cutâneo grave de Loxosceles sp, visando diagnóstico e tratamento precoces.

Delineamento e Métodos

Não se aplica

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente de 36 anos, fem, residente na região Oeste/SC, procurou atendimento médico com história de picada de aranha na região medial da coxa esquerda nove horas após a picada. Paciente relatou que ao vestir a calça sentiu a picada e viu uma aranha pequena na calça. No local da picada apresentava uma lesão de 5cm com hiperemia extensa com halo isquêmico, equimose central e edema. Uma lesão considerada característica no envenenamento por Loxosceles sp. Ausência de icterícia. Os exames da admissão: Hg:11,80; Ht:35,9; Leuc:10.500; Plaq:176.000; BT:0,71; BD:0,29 e BI:0,42. Tratamento inicial: prednisona 40 mg/dia e dexametasona creme. Após 35 horas, os exames: Hg:10.80, Ht:33.10; Leuc:7.100; BT:1,10; BD:0,39 e BI:0,7. A lesão evoluiu com necrose e aumento da área hiperemiada. Frente à evolução, foram administradas cinco ampolas de soro antiloxoscélico (SALOX). Após 48 horas do acidente: Ht:33,3; Hb:11,2; Leuc:7300; Plaq:54000; He:3.74; BT:0,76; BD:0,32; BI:0,44; Cr:1,19 e U:28,5. Mesmo com o SALOX, a lesão evoluiu com bolha de conteúdo sanguinolento, progressão da necrose e infecção secundária. Recebeu antibioticoterapia. Foi realizado desbridamento da lesão 23 dias após o acidente. Após 30 dias de acompanhamento, lesão limpa em franca recuperação.

Conclusões/Considerações Finais

O veneno da Loxosceles sp contém uma enzima, a Esfingomielinase D, responsável pela agregação plaquetária e ativação da via do complemento com hemólise e necrose cutânea. A instalação da lesão é lenta e progressiva e, quando característica, apresenta dor local, edema endurado, eritema, lesões hemorrágicas focais (equimóticas/violáceas) mescladas com áreas pálidas de isquemia, com necrose de grau variável ou bolha serosanguinolento ou hemorrágica. A evolução pode resultar em cicatriz deprimida, retrátil, de difícil cicatrização. Não existem evidências e consenso quanto ao melhor tratamento. A recomendação do Manual do Ministério da Saúde consiste em 5 ampolas de SALOX ou soro antiaracnídico até 36 horas do acidente, prednisona, anti-histamínico e analgesia.

Palavras-chave

loxoscelismo, aranha-marrom, animais peçonhentos

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro de Informações Toxicológicas - Santa Catarina - Brasil, UFSC - Santa Catarina - Brasil

Autores

Letícia Amstalden Bertoncini, Noessa Hiromi Assano Stangler, Marilene Canello Resener, Marlene Zannin, Adriana Mello Barotto