Attitude Promo
(48) 3047-7600 cbcm@attitudepromo.com.br
13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Fístula Aorto-entérica - Relato de Caso

Fundamentação/Introdução

A fístula aorto-entérica (FAE) é uma doença rara caracterizada pela comunicação entre a aorta abdominal e uma alça intestinal. É classificada em primária ou secundária, esta última mais frequente, com incidência entre 0,6% e 2,4% em indivíduos submetidos à cirurgia da aorta abdominal. O diagnóstico tardio e as complicações do tratamento cirúrgico resultam em altas taxas de morbimortalidade, sendo fatal em aproximadamente 100% dos casos não diagnosticados e 50% após intervenção cirúrgica.

Objetivos

Relatar um caso de FAE e reforçar a mesma como diagnóstico diferencial de sangramento no tubo digestivo.

Delineamento e Métodos

Relato de Caso.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Homem, 66 anos, natural de São Paulo. Refere há 4 horas episódio de evacuação pastosa de odor fétido e coloração enegrecida, precedido de dor abdominal tipo cólica em mesogástrio de moderada intensidade. O episódio foi seguido de tontura e se repetiu duas vezes. Nega vômitos, febre, emagrecimento e mudança recente no hábito medicamentoso e alimentar. Patologias prévias: Hipertensão arterial sistêmica (HAS), coronariopatia, hipotireoidismo, dislipidemia e psoríase, em uso de losartana, levotiroxina, rosuvastatina, aspirina Prevent®, clopidogrel, pantoprazol e clonazepan. Etilista social e ex-tabagista. Cirurgias prévias: colecistectomia, angioplastia, tireoidectomia total, colocação de prótese aórtica há 4 anos devido a aneurisma de aorta abdominal, apendicectomia, e fundoplicatura gástrica. História familiar: Diabetes Mellitus, HAS, neoplasia de cólon, estômago e pâncreas. Ao exame físico apresentou sudorese, mucosa desidratada (+/4) e hipocorada (+++/4), FC: 116 bpm, PA: 100x70 mmHg. Abdome pouco distendido, indolor, sem sinais de irritação peritoneal. Toque retal: fezes de coloração enegrecida e odor fétido na luva. Exames laboratoriais: Ht 22%, Hb 7,1g/dL, plaquetas 435.000/mm³, uréia 66mg/dL, creatinina 1,0. EDA: estômago exibindo raros coágulos facilmente removíveis e sem lesões na mucosa; primeira e segunda porção duodenal exibindo volumoso coágulo de difícil remoção mesmo após muitas tentativas. Solicitado angiotomografia, entretanto, o paciente evoluiu com instabilidade hemodinâmica sendo submetido à laparatomia exploradora. O tratamento se deu por reparo da fístula e aneurisma, retirada da prótese e substituição da mesma.

Conclusões/Considerações Finais

A história de aneurisma e prótese aórticos deve levar a um alto índice de suspeição de FAE quando há sangramento no tubo digestivo.

Palavras-chave

Fístula Aorto-entérica, sangramento digestivo, aneurisma aórtico, prótese aórtica

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade de Medicina de Campos - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Maurício Manhães Lauriano, Pedro Furlan Silott, Fernanda Machado Moura da Silva, Laís Botelho Brum, Lara Vianna de Barros Lemos