FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL.
Em 2008 ocorreram mais de 529 mil novos casos de câncer de colo de útero no mundo. No Brasil, é a segunda neoplasia maligna de maior prevalência nas mulheres. O Papanicolaou é o método de rastreamento adotado no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estipula que para ser impactante na morbimortalidade da doença, o exame deva ser realizado em cerca de 80% das mulheres de 35 a 59 anos. No Brasil, a cobertura do exame em mulheres maiores de 24 anos foi de 68,7% em 2003.
determinar os fatores de risco para as alterações citológicas cervicais, podendo também construir o perfil das mulheres em rastreio e definir os fatores sociodemográficos e epidemiológicos associados.
Trata-se de um estudo transversal. Foram avaliadas 531 pacientes atendidas na Rede Feminina de Combate ao Câncer de Tubarão-SC entre 2008 a 2013. Para a determinação dos fatores de risco a amostra foi intencional e selecionou todos os casos de alterações citológicas do período (n=152).Foram utilizados O teste T U de Mann-Whitney, a Análise de Variância (ANOVA), o teste do qui quadrado com nível de significância de 5%. O p foi considerado estatisticamente significante quando < 0,05. As variáveis qualitativas foram apresentadas por frequência absoluta e relativa, e a medida de associação utilizada foi a Razão de Prevalência (RP) com intervalo de confiança de 95%.
A razão de prevalencia encontrada de acordo com os diferentes co-fatores foi: trabalhadoras braçais (RP=0,73; p=0,024), naquelas com menarca em idade inferior à 12 anos (RP=1,41; p=0,020), naquelas com iniciação sexual em idade inferior À 15 anos (RP=1,45; p=0,009), naquelas com 3 ou mais filhos (RP=0,65; p=0,006) e naquelas com idade inferior à 25 anos (RP=2,25; p<0,001).
O risco relativo de desenvolver alterações citológicas cervicais foi estatisticamente significativo em mulheres menores de 25 anos. Sabe-se que as lesões precursoras do câncer cervical levam em média 10 anos para se tornar invasoras, todavia, ao rastrear apenas mulheres maiores de 25 anos, considerando que há uma diminuição na idade de iniciação sexual evidente na população brasileira, possivelmente deixar-se-á de triar uma margem importante da população em risco. Acredita-se que os limites etários estabelecidos para o rastreamento do câncer cervical estejam com valores equivocados para a realidade atual
neoplasia intraepitelial cervical – screening – câncer cervical – fatores de risco
Clínica Médica
TIELE ALMEIDA MATTJIE, FLAVIO RICARDO LIBERALI MAGAJEWSKI, RENATA VILLAS BOAS TOSATO, NATHALIA PAULA SANT'ANA, PAULA SOUZA GOMES