CROMOMICOSE: RELATO DE CASO
A Cromomicose é uma doença fúngica polimorfa com distribuição mundial, aparecendo com maior prevalência nas regiões tropicais e subtropicais, que acomete principalmente o tecido subcutâneo dos membros inferiores e é causada pela inoculação traumática do fungo pigmentado. No início, apresenta-se por lesão papular eritemato-descamativa e, posteriormente, por lesões verrucosas, nodulares, em placas, tumorais e cicatriciais, podendo haver disseminação local lenta, por comprometimento linfático.
Relatar caso de cromomicose para observação de achados clínicos e histopatológicos característicos.
Relato de caso.
JCS, 46 anos, gênero masculino, branco, morador de zona rural e portador de Diabete Mellitus. Paciente apresentava lesão verrucosa em dorso de pé direito, com suspeita de carcinoma epidermóide. Ao exame macroscópico, apresentava lesão elevada, ulcerada, medindo 1,5x0,8cm. O exame microscópico pela coloração de H&E revelou hiperplasia pseudo-epiteliomatosa com infiltrado misto difuso na derme. Identificaram-se microabscessos na camada epitelial e presença de estruturas castanhas em forma de esporos na camada córnea e no derma, compatíveis com cromomicose.
A Cromomicose afeta principalmente trabalhadores rurais, pois a doença apresenta relação com traumatismos por vegetação. O diagnóstico pode ser realizado pelo exame microscópico, os raspados são corados com Hidróxido de Potássio a 10% e examinados à procura de corpúsculos muriformes ou escleróticos. Os cortes histológicos, corados por H&E mostram hiperplasia epidérmica pseudo-epiteliomatosa com abscessos neutrofílicos intraepidérmicos, na derme identifica-se infiltrado inflamatório misto e difuso. Esporos marrons são encontrados no interior de histióciotos, nos microabscessos e soltos no tecido. A escolha do tratamento deve ser baseada na apresentação clínica e na extensão das lesões. As lesões inicias devem ser submetidas, se possível, à exérese cirúrgica, sendo que lesões irresecáveis devem ser manejadas com terapia antifúngica,Itraconazol e Terbinafina, por no mínimo 6 a 12 meses, combinada com tratamentos físicos, como criocirurgia com nitrogênio líquido para lesões localizadas e pequenas, e excisão cirúrgica para lesões que possibilitem retirada com amplas margens.
Cromomicose; Doença fúngica; Fungo;
Clínica Médica
Universidade de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade do Sul de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil
Vinícius Oliveira Nitz, Karine Cappelletti, Thairine Reis de Oliveira, Aloir Neri de Oliveira Júnior, Isnard Elman Litvin