Título

Relato de caso de falha terapêutica por não adesão ao tratamento antirretroviral em adolescente HIV por transmissão vertical: análise crítica e reflexão de como o profissional da saúde deve intervir nesta situação.

Fundamentação/Introdução

O insucesso ao tratamento antirretroviral (TARV) é definido como falha terapêutica e um dos principais motivos para este fato é a baixa adesão ao tratamento. Como consequência disto, pode ocorrer o desenvolvimento de drogas resistentes em virtude de mutações virais e deficiência do sistema imune, predispondo a diversas infecções.

Objetivos

Relatar um caso de falha terapêutica por não adesão ao TARV em uma adolescente HIV positiva por transmissão vertical, mostrando como o profissional da saúde deve identificar e proceder nesta situação, sobretudo na migração do ambulatório infecto-pediátrico para o adulto.

Delineamento e Métodos

Relato de caso em que foi avaliada a história clínica de uma paciente adolescente HIV positiva por transmissão vertical com falha terapêutica ao TARV através da revisão de prontuário.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente adolescente HIV positiva por transmissão vertical com falha terapêutica em virtude da baixa adesão ao TARV pelo fato de a paciente não compreender realmente a complexidade da doença e a importância do tratamento. Paciente apresenta situação socioeconômica desfavorável e dinâmica familiar conturbada, além de ter enfrentado uma gestação aos 16 anos. Em decorrência da não adesão, a paciente manteve seus níveis laboratoriais de células de linfócito CD4 sempre abaixo do esperado e carga viral variável, o que a torna vulnerável a doenças oportunistas, sem apresentar resistência viral, descartada no exame de genotipagem.

Conclusões/Considerações Finais

O HIV é uma infecção que exige muita compreensão de sua complexidade por parte do paciente e das pessoas que convivem e auxiliam o indivíduo, para que seja realmente entendida a importância da adesão ao tratamento. Em adolescentes isto pode se tornar ainda mais difícil, por isso, é fundamental que exista uma equipe multidisciplinar oferecendo suporte ao paciente. Da mesma maneira, devem-se criar estratégias para que esses pacientes acreditem nessa equipe e correspondam ao tratamento, através de diálogo e consultas individuais, sem a presença de familiares. É necessário ainda que, nesses casos, os níveis imunológicos e a carga viral sejam sempre acompanhados, a fim de realizar possíveis medidas profiláticas. Além disso, nesses pacientes adolescentes, portadores do HIV por transmissão vertical, é fundamental que se tenha muita atenção no momento de migração do ambulatório infecto-pediátrico para o adulto, já que esta é uma situação suscetível ao abandono de tratamento.

Palavras-chave

HIV; terapia antirretroviral; adesão

Área

Clínica Médica