ANÁLISE DA SISTEMATIZAÇÃO DE ATENDIMENTO DE PACIENTES COM EMERGÊNCIAS CLÍNICAS CARDIOVASCULARES EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE ATENDIMENTO BASEADO EM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Nos últimos anos, o atendimento em Unidades de Emergência tem seguido protocolos sistematizados, desde a sua triagem inicial, visando reduzir o tempo desde a chegada do paciente ao primeiro contato com o profissional de saúde. Um destes modelos de classificação de risco é o Protocolo de Manchester, que vem sendo amplamente aplicado em Unidades de Emergências (UE’s) por todo o Brasil.
Avaliar a aplicação do Protocolo de Manchester em pacientes atendidos com Emergências Clínicas Cardiovasculares em um Hospital Público, referência em Alagoas.
Estudo observacional analítico transversal. Consultou-se os prontuários dos pacientes atendidos na Unidade de Dor Torácica do Hospital Geral do Estado, nos anos de 2013 a 2015, para verificação da classificação de risco realizada pela enfermagem. Em seguida, questionou-se ao cardiologista de plantão a compatibilidade entre a classificação de risco e o quadro clínico do paciente. A análise estatística realizou-se através de software específico -SPSS versão 2.0. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa.
Foram analisados 345 pacientes,175 mulheres e 170 homens, cerca de 80% acima de 45 anos. Do total, 87% apresentaram um tempo de espera adequado para o atendimento de acordo a classificação de risco. A maioria relacionou-se à cor amarela (tempo ≤ 60 min) com percentual de 53.6%, seguido da cor laranja (tempo ≤10 min) com 25,5% do total. As cores verde, azul e branca totalizaram 23%, 9% e 7% respectivamente. A cor vermelha (tempo = 0 min) representou apenas 9,6% dos pacientes classificados. Ao analisar a compatibilidade do atendimento médico com a classificação de risco, observou-se que 69,6% dos pacientes foram classificados adequadamente. Entretanto, 18% tiveram o risco subestimado e 12,5% tiveram risco superestimado.
Na medida em que os profissionais de saúde identificam e direcionam os casos de urgência e emergência adequadamente, reduz-se a permanência de usuários não graves nas Unidades de Emergências, evitando superlotação e otimiza-se o atendimento para aqueles que possuem o quadro clínico crítico. Portanto, percebe-se a necessidade de capacitações dos profissionais no intuito de classificar o paciente corretamente. Constituindo-se como ferramenta necessária e de grande utilidade estabelecendo o atendimento não mais pela ordem de chegada, mas sim pela gravidade do quadro e/ou queixa apresentada pelos pacientes.
Clínica Médica
Universidade Federal de Alagoas - Alagoas - Brasil
Brenda Cavalcanti Costa Barros, Alice Virgínia Rodrigues Leão, Anderson Mascarenhas Nicácio, Nathália Barbosa de Oliveira Campos, Flávio Teles Farias