Perfil Epidemiológico de pacientes diabéticos atendidos em uma comunidade nipo-brasileira.
Fundamentação/Introdução:O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica causada principalmente pela resistência insulínica ou pela agressão auto-imune das ilhotas pancreáticas, com consequências desastrosas se não for diagnosticadas precocemente ou se for inadequadamente tratada. Tais complicações envolve tanto lesões microvasculares (retinopatia, nefropatia e neuropatia diabéticas) como também macrovasculares, dentre as quais se destacam o infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico.
Objetivos: Descrever as características epidemiológicas da população com DM atendida na ação de extensão intitulada 3º Dia da Saúde na associação Okinawa de Campo Grande- MS na qual a Liga Acadêmica de Doenças Endócrinas e Metabólicas ( LADEM) participou em 15 de março de 2015.
Delineamento e Métodos: Trata-se de um estudo observacional seccional. Os dados foram obtidos mediante entrevistas individuais ao público presente utilizando questionário padronizado.
Resultados: Foram entrevistadas 100 pessoas entre 14-87 anos. Dessas, 59% eram do sexo feminino e 41% sexo masculino. A prevalência de DM foi de 10%, e em todos tipo 2, onde a maioria (80%) foi diagnosticado há mais de 2 anos. Todos estavam medicados sendo que 90% referiram usar hipoglicemiantes orais e 40% insulina. No que tange aos hábitos de vida desses diabéticos, 45% faziam controle de dieta e 63% exercício físico. O acidente vascular encefálico foi a complicação macrovascular mais encontrada ( 20%). Quanto aos sintomas, 90% referiu poliúria e alterações visuais, 70% referiu polidipsia e dor em membros inferiores, 50% referiu desânimo e 20% referiu perda de peso.
Conclusões/Considerações finais: Os dados apresentados mostram uma maior prevalência de DM do que a encontrada nos dados do Ministério da Saúde onde Campo Grande tem 5,8% da população adulta e idosa com diabetes tipo 2, índice esse acima da média nacional de 5,6%. Já segundo a SBD ( Sociedade Brasileira de Diabetes) esta prevalência é maior chegando a 15% em cidade do interior de São Paulo. Talvez o que pode justificar este achado seja a descendência oriental dos pacientes, onde a resistência insulínica é mais evidente. Além disso, o hábito de praticar exercícios físicos e alimentação saudável dos orientais foi acima da média. Devido a esta variação entre as cidades e raças torna-se importante estudos como este afim de se conhecer melhor o público e perfil de cada região para melhor atendê-los.
Diabetes Mellitus, prevalência, doenças endócrinas e Metabólicas.
Clínica Médica
UFMS - Mato Grosso do Sul - Brasil
Flávia Palla Miranda, Agne Chiquim Bochi Brittes, Thainá Soares Miranda Silva, Carolina Bernal de Lucena, Ana Carolina Wanderley Xavier