Serosite tuberculosa, hipotireoidismo e microadenoma hipofisário em paciente lúpica
Trata-se de um relato de caso com paciente portadora de lúpus que deu entrada no serviço com dispneia e febre onde comprovou-se uma série de diagnósticos envolvidos.
Alertar quanto a possibilidade da coexistência de patologias em pacientes portadores de lúpus e a importância do diagnóstico e seguimento corretos.
Foi realizada uma revisão de prontuário e tomado nota da evolução diária da paciente na enfermaria, associado a pesquisa bibliográfica da literatura nacional e internacional, abrangendo relatos de caso, estudo de casos, artigos de revisão e artigos originais.
Portadora de hipotireoidismo, internada por quadro de dispneia e febre, associada a lesões eritematodescamativas, baixa estatura e fácies típica. Após investigação inicial, viu-se derrame pleural bilateral multiloculado à esquerda ao qual foi realizado antibioticoterapia e toracocentese diagnóstica com retirada de líquido de aspecto purulento. Paciente evoluiu com piora do estado geral, ao qual foi realizada uma TC de tórax que evidenciou derrame pleural à esquerda com consolidações pneumônicas no lobo inferior e pequeno derrame pleural na região posterior do hemitórax direito e aumento da área cardíaca com derrame pericárdico associado a hepatoesplenomegalia. Ecocardiografia demonstrou FE de 39%, alteração contrátil segmentar e global com aumento de VE, AD com compressão extrínseca, função sistólica deprimida e diastólica moderada com derrame pericárdico leve/moderado. Estudo do líquido: Hemácias 02, Leuco 1040 com 60% PMN e 40% Mono, DHL 5.840, Ptn 5,44, Glicose 10, ADA 85, citologia oncótica negativa para células atípicas e cultura sem crescimento bacteriano. FAN 1/640 de padrão nuclear pontilhado fino. Foram iniciados esquema RIPE e corticoterapia em dose imunossupressora, obtendo boa resposta clínica. Durante ao internamento, foram diagnosticadas as condições de microadenoma hipofisário, além do diagnóstico de LES pelo score reconhecido pela escola de reumatologia.
A associação entre LES e tuberculose já foi descrita em vários periódicos, entretanto, a serosite tuberculosa é uma condição pouco comum, mas que devemos atentar para o diagnóstico diferencial, uma vez que os sintomas e a evolução da doença em geral cursam com sintomas inespecíficos. Assim, torna-se fundamental um diagnóstico precoce para que se possa realizar uma pronta instituição do tratamento, além de investigar outras patologias que podem ser concomitantes a doença de base como o microadenoma hipofisário e o hipotireoidismo.
lúpus eritematoso sistêmico; serosite; tuberculose extra pulmonar
Clínica Médica
Hospital Mestre Vitalino - Pernambuco - Brasil, UFPE - Pernambuco - Brasil
Kaique Ferreira Costa de Almeida, Osmundo José Bezerra Xavier, Larissa Santos Maia Ferreira, Luciano de Lima Uchôa, Maycon Alex Sobral Duarte