ANÁLISE DA ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E EVOLUÇÃO DE PACIENTES COM TROMBOEMBOLISMO PULMONAR ANALISADOS PELO PESI EM HOSPITAL GERAL DE MINAS GERAIS
O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma condição grave e potencialmente fatal. A letalidade associada ao TEP pode variar consideravelmente dependendo da gravidade do evento e das comorbidades presentes. Assim, é importante realizar-se precocemente a estratificação de risco.O Pulmonary Embolism Severity Index (Pesi) é um dos modelos mais amplamente validados, permitindo estimar a mortalidade em 30 dias e identificar pacientes que devem ser considerados para tratamento ambulatorial ou alta hospitalar precoce.
Avaliar o emprego do PESI em pacientes hospitalizados com embolia pulmonar (EP).
Trata-se de estudo retrospectivo de coorte. Os pacientes foram atendidos em hospital geral de Belo Horizonte, Minas Gerais, entre junho de 2013 e junho de 2015. Foram considerados critério de inclusão pacientes com idade maior que 18 anos e com diagnóstico confirmado de EP por angiotomografia do tórax (angioTC) à internação. Os prontuários eletrônicos foram revisados pelos pesquisadores para determinação do escore de Pesi. Foram submetidos à angioTC nesse período 807 pacientes, e 161 (20%) obtiveram confirmação diagnóstica de EP. Desses 161, 18 foram excluídos por diferentes motivos, tais como opção pelo tratamento ambulatorial ou diagnóstico de EP realizado durante internação por outra doença.
Não há registro prévio do escore de Pesi em nenhum dos prontuários pesquisados. Desta amostra, 113 (80,24%) foram classificados como de baixo risco (classe 1 e 2) e 28 (19,76%) como de alto risco (classe 3, 4,5). A média de permanência no grupo de baixo risco foi de 6,3 dias, 18% menor do que no grupo de alto risco, que foi de 7,5 dias. Ocorreram dois óbitos; um na classe 3, no qual foram classificados 15 pacientes (7%) e outro na classe 5, no qual foram classificados 7 pacientes (14,3%). Nenhum óbito ocorreu entre os pacientes considerados de baixo risco.
O escore Pesi permite estratificar adequadamente o risco de morte e orientar o tratamento eficaz e mais econômico de pacientes com EP, devendo ser adotado rotineiramente na condução desses casos.
Clínica Médica
RAQUEL LUNARDI ROCHA, BRUNA LEAL TORRES ALVES, NATÁLIA FOUREAUX TRAVASSOS, LUCIANA BESSA PESSOA, JÚLIA PESSOA DE ASSIS