AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA CLÍNICA E ECONOMICIDADE DO EMPREGO DO ESCORE PESI NO ATENDIMENTO HOSPITALAR DE PACIENTES COM EMBOLIA PULMONAR
A embolia pulmonar (EP) é uma condição grave e potencialmente fatal cujo diagnóstico e tratamento são realizados, na maioria das vezes, em ambiente hospitalar e a custo elevado. Com a disponibilidade de modelos de predição de risco que permitem a alta precoce ou até mesmo o tratamento ambulatorial, torna-se necessário conhecer os custos dos diversos componentes associados ao diagnóstico e tratamento hospitalares para avaliação do impacto econômico dessa abordagem.
Avaliar o custo dos diversos componentes associados ao diagnóstico e tratamento hospitalar da EP.
Trata-se de estudo retrospectivo de coorte. Os pacientes foram atendidos em hospital geral de Minas Gerais, entre junho de 2013 e junho de 2015. Foram considerados critério de inclusão pacientes com idade maior que 18 anos e com diagnóstico confirmado de EP por angiotomografia do tórax (angioTC) à internação. Os prontuários eletrônicos foram revisados pelos pesquisadores para determinação do escore de Pesi e pelos responsáveis pelo Setor de Economia da Saúde para avaliar o impacto dos diversos componentes do custo. Foram submetidos à angioTC 807 pacientes, sendo que 161 (20%) obtiveram confirmação diagnóstica de EP. Desses 161, 20 foram excluídos por diferentes motivos, tais como opção pelo tratamento ambulatorial ou diagnóstico de EP realizado durante internação por outra doença.
Dos 141 pacientes estudados, 113 (80,24%) foram classificados como de baixo risco (classe 1 e 2) e 28 (19,76%) como de alto risco (classe 3, 4,5). A média de permanência no grupo de baixo risco foi de 6,3 dias, 18% menor do que no grupo de alto risco, que foi de 7,5 dias. Ocorreram dois óbitos; um na classe 3, no qual foram classificados 15 pacientes (7%) e outro na classe 5, no qual foram classificados 7 pacientes (14,3%). Nenhum óbito ocorreu entre os pacientes considerados de baixo risco. A composição de custo no grupo de baixo risco ficou distribuída da seguinte forma: Diárias e taxas 37,2%; material e medicamento 30,8%; honorários médicos 15,4%; exames de imagem 12,5 %; exames laboratoriais 3,9% e gastos extras 0,1%.
O tratamento domiciliar ou com período curto de internação permite reduzir o custo e otimizar a utilização de leitos sem comprometer a qualidade da assistência.
Clínica Médica
RAQUEL LUNARDI ROCHA, JEFFERSON TORRES MOREIRA PENNA, ROBERTA STANCIOLI MARINHO COSTA, MARINA MARQUES MAMEDE, ADRIANA PITCHON DOS REIS