PERFURAÇÃO INTESTINAL E EXTRUSÃO VIA ANAL DE CATETER DE DERIVAÇÃO VENTRICULOPERITONEAL
Introdução: A extrusão anal de cateter de derivação ventrículoperitoneal (DVP) é um fenômeno raro que ocorre em menos de 0,1 a 0,7% dos casos.
Objetivos: Descrever um caso de extrusão anal de cateter de derivação ventrículo-peritoneal e discutir a conduta para tal complicação.
Delineamento e Métodos: Relato de caso através de pesquisa de dados em prontuário.
Descrição do Caso: Paciente de 1 ano e 1 mês, sexo feminino, com história médica pregressa de meningite pós-natal e hidrocefalia identificada aos 60 dias de vida. Foi submetida à colocação da DVP do lado direito. Após 60 dias, paciente retorna com aumento do perímetro cefálico e sinais de elevação da pressão intracraniana, apresentando moleira em tambor, olhar em por do sol, vômito e choro intenso. Diagnosticada com septação de ventrículo, foi feita nova intervenção cirúrgica com colocação da segunda DVP do lado esquerdo. Realizou revisão das DVP’s com 1 ano de vida, apresentando funcionamento adequado, apesar das queixas de choro intenso, vômitos e sonolência citados pela mãe. Agora, com 1 ano e 1 mês, paciente apresentou deslocamento do cateter da DVP com perfuração intestinal e protrusão pelo ânus, sem outros sintomas ao exame físico. O raio-x de abdome mostra cateter distal esquerdo prolapsado pelo reto, alças intestinais dilatadas e presença de líquido livre na cavidade em flanco direito.
Considerações finais: O conhecimento prévio dessa complicação, o acompanhamento e o diagnóstico precoce de casos de migração do cateter da DVP devem ser priorizados para evitar o mau funcionamento da derivação e complicações graves no local acometido, como peritonite e infecções ascendentes no sistema nervoso central.
Hidrocefalia; Derivação Ventriculoperitoneal; Perfuração intestinal; Extrusão anal; Complicações.
Clínica Médica
Julia Jeronimo da Silva, Carlos Frederico de Almeida Rodrigues, Isadora Cavenago Fillus, Talita Conte