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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

CARDIOMIOPATIA CHAGÁSICA COM DERRAME PERICÁRDICO AGRAVADA POR INFECÇÃO POR EPSTEIN-BARR VÍRUS, UM RELATO DE CASO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Fundamentação/Introdução

A Amazônia é considerada endêmica para doença de Chagas (DC). Em 1969, Shaw et al, relatou em Belém do Pará, três casos detectados simultaneamente, na mesma residência e na ausência de triatomíneos antropofílicos domiciliares, sugerindo a possibilidade de transmissão por via oral, a partir da contaminação alimentar com fezes de barbeiro infectado. O acometimento cardíaco da DC é bem descrito, manifestando-se com alterações do ritmo, miocardiopatia dilatada e tromboembolia, no entanto a apresentação com derrame pericárdico moderado torna-se rara. A mononucleose infecciosa (MI), afeta jovens entre 15-25 anos e geralmente é benigna, porém há relatos de indivíduos cronicamente infectados que apresentam depleção de linfócito T. A coinfecção de DC com MI representa um agravo.

Objetivos

Relatar caso de DC aguda agravada por infecção MI cursando com derrame pericárdico moderado, forma de apresentação rara.

Delineamento e Métodos

Relato de caso de paciente internado em hospital de Belém-Pará com descrição de sua rara forma de apresentação clínica, método diagnóstico e tratamento.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Homem, 27 anos, paraense, há 13 dias com quadro de febre alta, cervicalgia intensa, dor retro-orbitária e edema de face e membros e mialgia. Há 6 dias evoluiu com hematêmese de grande volume. Relata injesta diária de açaí. Nega etilismo, tabagismo e consumo de drogas ilícitas. Ao exame: bom estado geral, taquicárdico (130bpm), febril (38,3ºC), eupneico, ausculta cardíaca e pulmonar normais. Abdome doloroso em epigastro, sem visceromegalias. Trouxe endoscopia digestiva alta com úlcera gástrica pré-pilórica de 7mm. Evoluiu durante com febre, mialgia e hipofonese de bulhas cardíacas. Ecocardiograma com fração de ejeção de 71%, derrame pericárdico importante (800ml), com grande espaço ecolucente envolvendo o ápice do ventrículo esquerdo e toda a parede ântero-lateral até a junção atrioventricular e cavidades direitas. Eletrocardiograma com ritmo sinusal, baixa voltagem e QRS com baixa amplitude. VHS:76,2; PCR:50; Hb:7,6; linfocitose (61%), neutropenia (24%). Sororologia para DC IgM e IgG positiva 1/160, anticorpo IgM para EBV reagente: 35,5U/ml. Iniciado tratamento com Benznidazol, realizado drenagem pericárdica.

Conclusões/Considerações Finais

A co-infecção DC com MI é rara, constituindo agravo na evolução da doença. A manifestação cardíaca na DC com derrame pericárdico moderado é outro aspecto que chama a atenção dos profissionais de saúde, para diagnóstico e tratamento precoce.

Palavras-chave

doença de chagas; derrame pericárdico; mononucleose infecciosa

Área

Clínica Médica

Autores

Juliana Matos Pessoa, Larice Assef Bastos, Yandra Sherring Einecke, Isaías Burlamarqui de Morais Junior , Ana Gabriela Moraes Tupiassú