A Satisfação dos médicos residentes do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC com a formação médica recebida no curso de Medicina e a colocação profissional no mercado de trabalho
Recentemente, o governo brasileiro propôs mudanças no padrão do serviço médico e dos currículos de medicina, através da Lei 12.871/13 que redefiniu as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Medicina e instituiu o Programa Mais Médicos. Devido a tais mudanças no cenário médico brasileiro, torna-se imprescindível avaliar a formação recebida nos cursos de Medicina.
Avaliar a satisfação dos médicos residentes que atuam no Hospital Universitário da UFSC com formação médica, conhecimento, habilidades e aptidões adquiridos durante sua formação e com aspectos relacionados ao mercado de trabalho, de forma que se possa aprimorar o ensino médico.
Trata-se de um estudo prospectivo e qualitativo, com a aplicação de questionário aos médicos residentes que atuam no Hospital Universitário da UFSC entre os meses de agosto e setembro de 2014.
A análise estatística foi realizada com o programa estatístico SPSS 17. Foi realizada a análise descritiva em forma de número absoluto e frequência das categorias de respostas ao questionário; as variáveis contínuas foram descritas em termos de médias e desvios–padrão. Foram comparadas as respostas dos médicos residentes provenientes do curso de medicina da UFSC com os egressos de outras instituições utilizando o teste do Chi quadrado ou Fischer para as variáveis categóricas. Considerou-se o nível de significância de p= 0,05.
O estudo foi composto por 80 de 102 médicos residentes. Destes, 83% estão satisfeitos com a formação recebida na graduação; 88,8% consideram necessária complementação com residência médica; 76% receberam formação médica generalista; 92% sentem-se aptos a realizar adequadamente anamnese e exame físico e 83,5% a se comunicar com colegas e pacientes; 77% acreditam seguir a prática médica de forma ética; 70% sentem-se aptos a atender as demandas pediátricas, ginecológicas/obstétricas e cirúrgicas em nível primário e 60% refere que não foram discutidos aspectos relacionados ao mercado de trabalho.
Houve grande satisfação com a formação médica recebida durante a graduação, em relação a conhecimento, habilidades e aptidões adquiridas durante sua formação. Entretanto, os entrevistados afirmaram uma necessidade de complementação de sua formação com a residência médica. Referiram não terem sido preparados para as questões que envolvem o mercado de trabalho, contudo mantém a motivação de trabalhar pela saúde da população.
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Clínica Médica
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - Santa Catarina - Brasil
Raissa da Costa, Luiza Ventura, Ingrid Silva, Alessandro Waltrick, Mariangela Pincelli