Acromegalia secundária a macroadenoma de hipófise − Relato de caso
Introdução:Acromegalia é uma desordem crônica e rara. Em mais de 95% dos casos é decorrente do adenoma hipofisário secretor de GH e tem grande importância pois, caso não tratada, acarreta uma mortalidade cerca de duas vezes superior à da população geral.
Objetivo:Relatar caso de acromegalia secundária a macroadenoma hipofisário secretor de GH.
Relato de caso
Relato de Caso:I.M.S.S., feminina, 47 anos, negra. Antecedente patológico de esquistossomose há 12 anos e varizes de esôfago. Iniciou três anos antes da avaliação médica quadro de parestesia e alodinia em região palmar, acompanhados de aumento de extremidades. Também notou macroglossia durante a realização de endoscopia digestiva alta(EDA). Na investigação inicial observou-se glicemia 128mg/dL; HbA1c 7,3%, TSH 0,31µUI/L; T4livre 0,80ng/dL; prolactina 8,2ng/mL; ACTH 45pg/mL; GH 12,31ng/mL e Igf-1 626,5ng/mL(VR:94-252ng/mL); a ressonância nuclear magnética(RNM) de sela túrcica evidenciou lesão expansiva com componente selar e supra-selar, com 22x20x19mm, desviando haste para esquerda, envolvendo seio cavernoso direito e carótida interna na sua porção cavernosa, sem envolvimento do quiasma óptico, sugestivo de macroadenoma hipófisário. Seguiu-se propedêutica com colonoscopia, ecocardiograma, avaliação oftalmológica e ultrassonografia de tireóide, sem alterações significativas. EDA demonstrou variz de esôfago e pólipo gástrico de 0,8cm, negativo para neoplasia. Então optou-se pela terapêutica medicamentosa com octreotide de ação lenta 20mg/mês. Após três meses de tratamento, paciente referia melhora do quadro, atualmente assintomática. Exames de controle apresentaram GH 1,38ng/m
Considerações finais:Diagnóstico e terapêutica precoce são fundamentais para melhor prognóstico e qualidade de vida dos pacientes. Abordagem cirúrgica é o tratamento de escolha. Contudo, 60 a 70% dos portadores de macroadenoma possuem extensão para seio cavernoso e espaço supra-selar ao diagnóstico, a maioria está propensa a não ser curada com cirurgia. Recidiva da elevação dos níveis de GH após seguimento de 8 a 10 anos varia de 8 a 10%. Por tais razões, terapia primária medicamentosa vem sendo empregada como alternativa terapêutica em tumores com baixa probabilidade de ressecção cirúrgica completa, exceto na presença de compressão de nervo óptico, indicação absoluta para cirurgia. Dentre opções de terapia medicamentosa, análogos da somatostatina têm sido considerado opção de escolha por sua maior eficácia global.
Acromegalia, Macroadenoma hiipófisário, Análogo da somatostatina, Octreotide.
Clínica Médica
Hospital Heliópolis - São Paulo - Brasil
Camila Soares Araujo, Maysa Tamara Silveira, Zuan Patricia Copana Olmos, Gustavo Adolfo Baumann Pinto, Maria da Conceição de Oliveira Carneiro Mamone