TÍTULO: CONDUTA TERAPÊUTICA EM TUMOR DE CÉLULAS EPITELIÓIDES PERIVASCULARES (PECOMA) IRRESSECÁVEL: RELATO DE CASO.
PEComa é um tipo raro de neoplasia que afeta predominantemente mulheres jovens e pode acometer diversos sítios anatômicos. Seu diagnóstico diferencial pré-operatório radiológico é desafiador, tornando imprescindível a investigação anátomo-patológica, que, além de diagnóstica, classifica o risco desta doença. O tratamento padrão é cirúrgico, porém quando este não é possível, não há melhor conduta definida na literatura.
Relatar caso de paciente com diagnóstico de PEComa intrabdominal irressecável tratada clinicamente.
As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com a paciente, registro fotográfico dos métodos diagnósticos aos quais o paciente foi submetido e revisão da literatura.
MPF, 61 anos, sexo feminino, apresentava queixa de empachamento e desconforto respiratório progressivos há cerca de 01 mês. Ao exame físico, evidenciou-se massa epigástrica de consistência pétrea, grande volume e limites imprecisos. Tomografia computadorizada de abdome superior demonstrou massa heterogênea de 17x13cm, sem plano de clivagem com pâncreas e fígado. A biópsia da lesão diagnosticou neoplasia maligna com diferenciação para células epitelióides perivasculares (PEComa maligno) de alto risco. Dada à irressecabilidade da lesão, iniciamos tratamento com quimioterapia sistêmica com intenção inicialmente neoadjuvante baseada em antraciclina, obtendo-se resposta clínica satisfatória e doença estável radiologicamente, segundo RECIST. À despeito do alto risco, paciente se manteve estável clínica e radiologicamente durante quatro meses, quando então evoluiu com perda ponderal, dispnéia, empachamento e clara progressão radiológica. Iniciamos radioterapia com intuito de controle local seguida de nova tentativa de quimioterapia baseada em taxano, ambas sem resposta, com clara progressão da doença e perda progressiva de status performance em vigência dos tratamentos. Iniciamos, portanto, cuidados de suporte paliativo exclusivos a partir do décimo quarto mês após diagnóstico inicial e paciente evoluiu a óbito ao final do décimo quinto mês.
Descrevemos caso de PEComa irressecável com resposta clínica satisfatória inicialmente com quimioterapia baseada em antracíclico, que evoluiu posteriormente com progressão rápida e incontrolável de doença a despeito de outras tentativas de tratamento paliativo, o que enfatiza a necessidade de padronização do tratamento desta doença a fim de obtermos melhores desfechos para estes pacientes.
Clínica Médica
Universidade Tiradentes - Sergipe - Brasil
THIAGO BATISTA RAVANELLI, MAYLLA GOMES XAVIER, LUANDA PRATA FRAGA RESENDE, THAIANA ARAGÃO SANTANA