Relato de Caso: Fratura por Fragilidade Óssea
Fraturas por fragilidade (FrFr) são causadas por evento traumático de baixo impacto. A osteoporose (OP) é o principal fator de risco tratável, porém é frequente a omissão do tratamento após o primeiro episódio, facilitando fraturas subsequentes. A prevalência de OP tende a aumentar com a idade, e com o envelhecimento populacional vem ocorrendo aumento da doença e do risco de fraturas. Dada a elevada morbimortalidade, as FrFr são importante problema de saúde pública.
Relatar um caso de FrFr, enfatizando a importância do tratamento para OP após o primeiro episódio de fratura.
Relato de caso.
J.G.S., 92 anos, diabética, hipertensa, portadora de doença renal crônica e estenose aórtica moderada. Apresentou FrFr de fêmur direito após queda da própria altura em 2009. Desde então, permaneceu restrita ao leito e totalmente dependente para atividades básicas e instrumentais de vida diárias. Na ocasião, não foi iniciado tratamento para OP. Readmitida em 2014 com história de dor em quadril à esquerda há 1 mês, delirium e gemência. Evidenciada à radiografia nova fratura femoral à direita, sem histórico de quedas, sendo a fratura atribuída à mobilização da paciente para cuidados no leito. Após estabilização clínica e conduta da equipe de Ortopedia, iniciada reposição de Carbonato de Cálcio com Vitamina D e tratamento para OP com Denosumab. FrFr resultam de forças mecânicas de baixo impacto, que seriam insuficientes para causar fratura em osso normal. A Organização Mundial de Saúde caracteriza baixo impacto como energia equivalente à queda da própria altura ou menos. O paciente com episódio de FrFr deve ser considerado como portador de OP, sendo indicado o tratamento medicamentoso sem a necessidade de medição da densidade mineral óssea (DMO), uma vez que o tratamento eficaz pode prevenir novas fraturas. A paciente em questão já havia apresentado episódio de FrFr, porém sem tratamento na ocasião. Permaneceu com importante incapacidade, e apresentou nova FrFr durante mobilização no leito para os cuidados diários.
As FrFr estão relacionadas a elevada mortalidade, dor e incapacidade. O principal fator de risco é a OP, e seu tratamento pode reduzir em até 50% o risco de novas fraturas. É importante que, no primeiro episódio de fratura, seja planejado não apenas o tratamento do agravo vigente, mas também a prevenção de episódios futuros. Nesse intuito, reduz-se a morbimortalidade para o paciente e os custos para o sistema público de saúde.
Fratura por Fragilidade; Osteoporose
Clínica Médica
Pontifícia Universidade Católica de Goiás - Goiás - Brasil
Gustavo Lourenço Sousa Crepaldi, Daniel Sousa Costa, Gabriella Veloso Santana, Gabriela Cunha Fialho Cantarelli Bastos, Michelle Teixeira Guerra