AVALIAÇÃO DO PERFIL DE PACIENTES HANSENIANOS QUE ADEREM AO TRATAMENTO CLÍNICO COM MEDICAMENTOS
O Brasil tem a segunda maior incidência de Hanseníase no mundo, com 31.064 novos casos registrados em 2014. Mato Grosso é o estado mais endêmico do país, com 2645 novos casos registrados em 2014.
Identificar o perfil dos pacientes com diagnóstico de hanseníase que aderem ao tratamento clínico, no Centro de Doenças Tropicais (CDT), em Várzea Grande - Mato Grosso.
Estudo epidemiológico, do tipo transversal, quantitativo, com 39 pacientes em tratamento de Hanseníase no CDT, por meio da aplicação de questionário para identificar o perfil dos pacientes diagnosticados com hanseníase que aderem ao tratamento clínico com medicamentos. Foram abordados aspectos socioeconômicos e comportamentais em relação ao uso do medicamento disposta no teste de Morisky.
Dos 39 pacientes entrevistados, 21 eram do gênero feminino. Houve predomínio dos casos multibacilares (MB), correspondendo a 26 casos e 7 tratavam doença reincidente.
As características socioeconômicas mostraram predomínio de indivíduos com uma renda familiar entre 1 a 3 salários mínimos, que residiam em moradias com até 3 cômodos.
Dentre os entrevistados, apenas 17 pacientes negaram ter conhecimento prévio sobre a Hanseníase. Com relação às características psicológicas 6 pessoas tiveram uma péssima reação ao receber o diagnóstico da enfermidade, 12 tiveram uma reação ruim, 13 tiveram uma reação regular e 8 tiveram uma reação boa. Além disso, 6 apresentaram resistência para iniciar o tratamento. Foi constado também que 17 declararam ter mais casos na família e 22 negaram o acometimento da patologia em familiares. Dentre os familiares acometidos, os pais foram citados por 7 dos entrevistados, representando a maioria nessa categoria.
Ainda, 19 pacientes já sentiram algum efeito indesejado da medicação. Foi questionado quanto à imunização pela vacina BCG, com predomínio dos pacientes vacinados previamente.
Os nossos dados mostram um predomínio de casos multibacilar, acompanhando os padrões nacionais e estaduais, incluindo 7 casos relevantes de doença reincidente. Este estudo pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias dos profissionais da saúde para eliminar os motivos que levam à não adesão e trazer benefícios aos pacientes hansenianos por meio de uma melhor assistência aos mesmos.
Hanseníase, Mato Grosso, Adesão, CDT,Morisky.
Clínica Médica
Centro Universitário de Várzea Grande - UNIVAG - Mato Grosso - Brasil
Gabrieli Melissa Oissa, Hellen Cristina Difonso, Mickaelson Nogueira, Luciana Marques Silva, Rosa Maria Elias