Tratamento de Supressão Ácida em Hospital de referência do Interior Norte do Brasil
O Tratamento de supressão ácida, principalmente com inibidores de bomba de prótons e antagonistas H2, é indicado em um grande número de afecções relacionadas ao ácido, incluindo o tratamento de hemorragia digestiva alta, doença do refluxo gastroesofágico, gastrite ou esofagite erosivas, complicações em pacientes em uso de AINE, doença ulcerosa péptica. Evidências recentes sugerem que a TSA é prescrita sem indicação apropriada para pacientes não críticos, sendo que um estudo holândes indica que as indicações clínicas não são implementadas adequadamente, acarretando grande ônus aos sistemas de saúde
Relatar o uso de medicamentos antissecretores e protetores de Mucosa Gástrica em Hospital de referência do Interior Norte do Brasil
Apontar as principais indicações clínicas utilizadas (quando presentes) e correlaciona-las com as melhores evidências disponíveis
Estudo transversal, em que foram incluídos dados de 149 internações hospitalares durante o 1º semestre de 2015 no local de estudo, nas Alas de maior número de internações. O critério de inclusão foi a presença de prescrição de medicamento relativo à TSA, como os IBP, Antagonistas de H2 e os protetores de mucosa. As indicações clínicas foram deduzidas pelo diagnóstico do paciente, por descrições na evolução médica e pela observação atenta a todos os itens prescritos. Os dados foram alocados no programa estatístico Epiinfo 7.0, sendo realizada análise descritiva no mesmo
O perfil predominante dos pacientes foi indivíduos do sexo masculino (55,5%), com idade média de 50 anos. Não houve prevalência de um diagnóstico específico, visto a grande variedade de setores avaliados. Entretanto, como comorbidade importante, relata-se a Hipertensão Arterial Sistêmica, presente em 40,27% dos pacientes.
Dentro da TSA, os Inibidores da Bomba de Prótons representaram 87,25% das prescrições, sendo o Omeprazol o medicamento mais utilizado, na dose de 40 mg (72%), administrado por Via Endovenosa (59,9%) uma vez ao dia (77%). De todas essas prescrições, 62,42% apresentaram indicação clínica não clara e apenas 37,58% estavam nos critérios clínicos de utilização, como na prevenção de lesões ou sangramento digestivo alto em usuários de AINES
Houve falta de indicações clínicas para a prescrição de medicamentos relativos à TSA. A prescrição incorreta desses medicamentos pode acarretar um grande impacto econômico e possíveis efeitos colaterais tardios dessa exposição desnecessária
Inibidores de bomba de prótons, Antagonistas H2, IBP, Omeprazol, Tratamento de Supressão Ácida
Clínica Médica
Jassônio Mendonça LEITE, Julianna Pinheiro Torres ROCHA, Rangel de Sousa COSTA, Fernando de Sousa SANTOS, Lívia Camarota BORGES