Título

“Há poder nas palavras”: uma experiência de intervenção multidisciplinar em um grupo de orientação e suporte terapêutico, a pacientes oncológicos e acompanhantes.

Fundamentação/Introdução

Introdução: O câncer, após as doenças cardiovasculares, é atualmente a segunda causa de morte no mundo ocidental, especialmente nos países desenvolvidos. Os pesados investimentos em pesquisas e o volume de trabalhos publicados na área de oncologia confirmam, nos últimos anos, a importância atribuída à enfermidade (SMELTZER SC, BARE B. BRUNNER & SUDDARTH, 2002). O impacto da doença não afeta apenas o sujeito enfermo, mas estende-se a todo o universo familiar, impondo mudanças, exigindo reorganização na dinâmica familiar para incorporar, às atividades cotidianas, os cuidados que a doença e o tratamento do paciente exigem (CARVALHO, 2007).

Objetivos

Objetivos: O objetivo deste trabalho é apresentar alguns resultados de uma intervenção multidisciplinar, realizada em um grupo de orientação e suporte terapêutico, a pacientes oncológicos e acompanhantes.

Delineamento e Métodos

Métodos: Utilizou-se os pressupostos da pesquisa qualitativa, que é uma investigação que objetiva o universo das significações, motivos e aspirações, atitudes, crenças e valores, importantes para a descrição e a compreensão das situações (SILVA LMH, ZAGO MMF, 2001). Os participantes desse estudo foram pacientes oncológicos e acompanhantes, tanto homens quanto mulheres, com idade variando entre 29 e 63 anos. Quanto à frequência, o grupo de orientação e suporte terapêutico, ocorreu semanalmente por um período de dois meses. Foram realizados, portanto, oito encontros, que tiveram em média duas horas de duração. O número de participantes variou entre cinco e dez pessoas por encontro, contemplando um total de 68 pessoas, e o local de estudo foi um hospital de referência oncológica no sul do estado do Espírito Santo.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Resultados: Os resultados apontam que o diagnóstico de câncer e a nova condição imposta pelo adoecimento e tratamento oncológico, interpõe-se ao projeto existencial dos pacientes e familiares. As partilhas possibilitaram a externalização de sentimentos, a criação de estratégias de enfrentamento da doença, e o fortalecimento de uma rede de apoio. Além disso, houve uma melhora na comunicação entre os profissionais e usuários dos serviços, bem como se pôde construir uma visão ampliada da tríade saúde–doença– cuidados.

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões: Faz-se necessária a implementação de estratégias nos serviços de oncologia, que favoreçam espaços de fala e escuta e que possibilitem a compreensão da singularidade do adoecimento tanto para os pacientes quanto para os seus acompanhantes.