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13º Congresso Brasileiro de Clinica Médica | 3º Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

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Centrosul - / | 08 a 11 de outubro de 2015

Dados do Trabalho


Título

Ablação epicárdica de taquicardia ventricular por cateter de radiofrequência na displasia arritmogênica do ventrículo direito: Um estudo de caso.

Fundamentação/Introdução

A displasia arritmogênica do ventrículo direito (DAVD) é uma doença cardíaca crônica, progressiva, de transmissão autossômica dominante com prevalência de 1/5000 e caracteriza-se pela substituição parcial do tecido miocárdico normal por tecido fibro-gorduroso, preferencialmente junto à superfície epicárdica do ventrículo direito (VD). Essa alteração cria substrato para a ocorrência de taquicardia ventricular sustentada (TVS) e fibrilação ventricular sendo a principal causa de morte súbita cardíaca na população com idade inferior a 35 anos. Como, em geral, o ventrículo esquerdo não é afetado, os pacientes não apresentam insuficiência cardíaca e as arritmias ventriculares são a principal razão da deterioração da qualidade de vida e mortalidade desses pacientes.

Objetivos

Relatar a correta indicação e benefícios da ablação epicárdica no tratamento da TVS na DAVD.

Delineamento e Métodos

Relato de caso de um paciente com DAVD submetido à procedimentos em Eletrofisiologia em um Hospital terciário de Cardiologia do sul do Brasil. Foram respeitados os preceitos éticos conforme a resolução 466/12.

Resultados ou Descrição do Caso (quando Relato de Caso)

Paciente de 35 anos, masculino, com diagnóstico de DAVD há 23 anos após episódio de TVS e síncope. Foi submetido a 3 procedimentos de ablação endocárdica por cateter para controle da TVS e implante de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) em 2010. Embora estivesse em uso diário de 400mg de amiodarona, há cerca de 1 ano, passou a apresentar episódios semanais de TVS como ciclo de 310, 360 e 420ms, tratadas com CDI através do marcapasseamento do CDI e/ou choques intracavitários de 30 Joules. O paciente foi, então, submetido à ablação epicárdica através de punção transtorácica há 8 meses. O mapeamento epicárdico evidenciou a presença de extensa cicatriz com eletrogramas fragmentados e tardios (>200 ms após o final do complexo QRS). Foram realizadas aplicações de radiofrequência nas áreas de ativação mais tardia da cicatriz epicárdica. Após a ablação, não foi mais possível induzir TVS. Não houve necessidade de ablação junto a superfície endocárdica do VD. Desde então, apesar da suspensão da amiodarona, não houve registro de novas terapias para TVS pelo CDI e o paciente reassumiu suas atividades cotidianas.

Conclusões/Considerações Finais

As arritmias ventriculares dos pacientes com DAVD podem ser ablacionadas com segurança. Esses circuitos localizam-se preferencialmente junto a superfície epicárdica do VD, onde a ablação deve ser realizada. Portanto, a ablação endocárdica isolada não é eficaz no tratamento da TVS dos pacientes com DAVD.

Palavras-chave

Arritmias Cardíacas; Displasia Arritmogênica Ventricular Direita; Ablação por Cateter.

Área

Clínica Médica

Autores

Gabriel Odozynski, Alexander Romeno Janner Dal Forno, Andrei Lewandowski , Hélcio Garcia Nascimento, André Luiz Büchele d'Avila