HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) ASSOCIADA A COARCTAÇÃO DE AORTA (CoAo) PÓS-DUCTAL DE ALTO GRAU EM PACIENTE ADULTO: UM RELATO DE CASO.
A CoAo é malformação rara e pode ser diagnosticada na infância, sobretudo quando se apresenta com falência cardíaca. Não obstante, por vezes é assintomática até idade adulta, manifestando-se com HAS secundária de variável severidade.
Apresentar o relato de caso (RC) de paciente adulto, 23 anos, sem enfermidades conhecidas, manifestando elevações episódicas e mantidas da pressão arterial (PA) quando em situações estressantes, diagnosticado com CoAo após investigação.
RC de paciente em questão a partir de dados e exames prévios.
D.V.S., 23 anos, masculino, não portador de enfermidades cardiovasculares até então conhecidas, veio à consulta cardiológica com queixa de elevações mantidas e intensas da PA quando em exposição a situações estressantes. Possuia histórico familiar de HAS e irmão com valva aórtica bicúspide (VAB). Não tabagista e etilista social, praticava atividades físicas aeróbicas três vezes por semana. Ao exame físico, apresentava-se hipertenso (158x84 mmHg), com FC de 68 bpm e pulsos radiais cheios e simétricos; porém, com pulsos diminuídos em membros inferiores. À ausculta cardíaca, fazia-se audível sopro diastólico em foco aórtico e sopro sistólico em região dorsal, com bulhas normofonéticas e ritmo regular. Ausculta pulmonar e exame abdominal sem particularidades. Frente aos achados de exame clínico, ecocardiograma transtorácico fora realizado, que evidenciou CoAo, com dilatação de sua porção ascendente, VAB com insuficiência moderada e ventrículo esquerdo (VE) hipertrofiado, com disfunção diastólica moderada. Prosseguiu-se com requisição de angiotomografia computadorizada de aorta torácica (ATAT) e exames laboratoriais. ATAT revelou CoAo pós-ductal de alto grau, com significativa rede de vasos colaterais, associada a dilatação à montante e à jusante da estenose e a sinais de sobrecarga de VE com aumento do volume cardíaco. Laboratório não se mostrou alterado. O paciente fora encaminhado, então, para o serviço de angioplastia, onde realizou implante de stent aórtico (SA) para correção da malformação.
Se não diagnosticada e tratada, a CoAo traz sérias repercussões, podendo culminar com dissecção aórtica ou acidentes vasculares encefálicos, sobretudo quando ligada à HAS. Sua detecção e manejo adequado é, portanto, essencial. O SA faz-se a terapia de escolha nos pacientes adultos, sobretudo em vantagem à simples dilatação com balão intra-aórtico, devido às altas taxas de reestenose e possíveis danos à parede vascular em sua insuflação.
Coartação Aórtica; Hipertensão; Doenças da Aorta; Aorta Torácica;
Clínica Médica
Hospital Tereza Ramos - HTR - Santa Catarina - Brasil
Lucas Zago Scopel, Andreia Nunes Faria Melo, Priscila Soranzo Zappelini, Vinícius Oro Popp, Arthur Henrique da Silva