SÍNDROME HEMOLÍTICO URÊMICA APÓS COLONOSCOPIA: RELATO DE CASO
Fundamentação/Introdução: A síndrome hemolítico urêmica caracteriza-se por insuficiência renal aguda, anemia hemolítica microangiopática (esquizócitos no sangue periférico) e trombocitopenia. Pode ocorrer devido contaminação por determinados patógenos como a Escherichia. coli cepa 0157:H7. A colonoscopia pode trazer complicações como: perfuração intestinal com sepse abdominal e colite, além de possibilidade de contaminação do aparelho.
Objetivos: Relatar o caso de paciente que evoluiu com síndrome hemolítico urêmica após colonoscopia. Ressaltando a importância de relacionar possíveis complicações graves que podem ocorrer após exames diagnósticos.
Delineamento e Métodos: Relato de caso de paciente internada após evoluir com síndrome hemolítico urêmica pós realização de colonoscopia preventiva.
Descrição do caso: M.Q.G. 56 anos, feminino, natural e procedente de Belém-PA. Admitida em internação devido dor abdominal difusa e diarréia muco sanguinolenta, posteriormente surgiram tenesmo, náuseas e vômitos alimentares. Negava febre ou diarréia prévias. Dois dias antes do aparecimento dos sintomas realizou colonoscopia preventiva que mostrou angiodisplasia e ulcerações rasas no reto. De antecedente possuía hipertensão arterial. Apresentava-se na admissão consciente e com abdome distendido, difusamente doloroso à palpação. Na internação evoluiu com vômitos e persistiu diarreia, foi iniciado antibioticoterapia e hidratação venosa, apesar da hidratação evoluiu com oligúria, hipotensão arterial, piora da leucocitose, elevação de uréia e creatinina e febre, sendo feito diagnóstico de sepse grave e possível perfuração intestinal após colonoscopia. Foi realizada videolaparoscopia que não mostrou coleção purulenta nem sinal de perfuração. Prosseguiu com piora do quadro apesar de iniciados antibióticos de maior espectro. Paciente evoluiu com necessidade de ventilação mecânica invasiva, piora na função renal, leucocitose e anúria. Sendo iniciada hemodiálise e plasmaférese. Iniciado metilprednisolona 250mg/dia e seguiu com terapia dialítica, havendo após 5 dias, melhora dos sinais de hemólise, redução do DHL e esquizócitos e aumento das plaquetas. Diurese teve melhora progressiva. Posteriormente evoluiu com normalização dos valores laboratoriais e suspensão da hemodiálise.
Conclusões/Considerações Finais: Este caso chama atenção para complicações mais raras e graves de procedimentos diagnósticos como a colonoscopia, que precisam ser suspeitados para o correto manejo.
Síndrome hemolítico urêmica, colonoscopia
Clínica Médica
Hospital Jean Bitar/Hospital Ofir Loyola - Pará - Brasil
Sussene Darwich Castro de Souza Góes, Ana Gabriela Moraes Tupiassú, João Henrique dos Santos Pereira, Salomão George Kahwage Neto, Carolina Barros Kahwage