CÁLCULO CORALIFORME BILATERAL E ROSÁRIO DE CÁLCULOS EM URETER ESQUERDO - RELATO DE CASO
A litíase coraliforme afeta entre 1-1,5% da população e representa cerca de 10% das litíases renais, mais frequente em mulheres acima dos 50 anos. 75% destes cálculos são compostos por estruvita que é proveniente de infecções urinárias recorrentes causadas por bactérias produtoras de urease. Germes mais comuns neste mecanismo são Proteus,
Klebsiella e Pseudomonas. Na clínica pode ocorrer dor lombar, astenia, náuseas, vômitos, hematúria, febre e injuria renal grave. O diagnóstico habitualmente é feito através de raios-X, ultrassonografia, urografia excretora e a tomografia computadorizada helicoidal. O tratamento de primeira linha é a nefrolitotomia percutânea. No caso, a paciente portava cálculos coraliformes bilateralmente e múltiplos cálculos em ureter esquerdo.
Descrever a importante correlação do exame clínico com exames de imagens para o diagnóstico de litíase coraliforme e múltiplos cálculos em ureter esquerdo no pronto atendimento.
Estudo retrospectivo de uma paciente portadora de cálculos coraliformes bilaterais e rosário de cálculos em ureter esquerdo. Foi usado o prontuário, com consentimento da paciente, para coleta de dados e imagens para a descrição e relato do caso.
Paciente feminina, 45 anos, foi atendida em serviço de emergência por dor intensa em região lombar à esquerda, com características de cólica renal. História pregressa de nefrolitíase há três anos. Ao exame físico, encontrava-se em regular estado geral, eupneica, afebril, fáscies de dor. Ausculta cardíaca e pulmonar normais. Apresentava discreta distensão abdominal e dor a palpação superficial e profunda em flanco esquerdo, membros inferiores sem edemas. Recebeu
tratamento sintomático no internamento. Ao estudo radiológico simples do abdome foram encontradas imagens radiopacas moldando a pelve e sistema calicinal bilateral (aspecto coraliforme) e múltiplos cálculos em projeção ureteral à esquerda. Após melhora clínica, foi encaminhada ao serviço de urologia para tratamento cirúrgico e, após, à nefrologia para investigação metabólica de nefrolitíase.
Conclusão: A cólica nefrética é uma causa comum de atendimento de pacientes em serviços de emergências, uma boa abordagem clínica, tanto na história da doença quanto na realização de um exame físico detalhado, complementados pelos exames laboratoriais e de imagem permitem o diagnóstico. Relatamos um caso de paciente feminina com cálculos coraliformes bilateralmente e múltiplos cálculos em ureter esquerdo com uma imagem pouco comum.
Cálculo coraliforme; Rosário de cálculos; Cólica nefrética
Clínica Médica
Faculdade Assis Gurgacz - Paraná - Brasil
Alex Júnior Schäfer, Rodolfo Girelli Neto, Thaís Figueiredo Teodoro Oliveira, Luis Alberto Peres, José Leonel Ferreira