PANORAMA DA TAXA DE MORTALIDADE POR TUBERCULOSE PULMONAR NO ESTADO DA BAHIA: DADOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL - 2008 A 2014
No Brasil, a tuberculose (TB) pulmonar é a terceira maior causa de morte por doença infecciosa entre os adultos, e a primeira entre pacientes com SIDA. Apesar da disponibilidade do tratamento na rede pública, ainda constata-se importante manutenção da mortalidade ao longo dos anos na Bahia.
Descrever o perfil da mortalidade causado pela TB pulmonar na Bahia entre 2008–2014, destacando o perfil populacional mais acometido dentre os pacientes do SUS.
Estudo observacional, descritivo de série temporal com dados secundários obtidos na base de dados do Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS, disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS).
A taxa de mortalidade encontrada na população total secundária à TB pulmonar foi de 7,61%. Análises realizadas demonstraram que há diferença mínima entre os sexos no período em questão (7,63% masculino e 7,57% feminino). Quanto à faixa etária, destacam-se com o maior e o menor índices os intervalos a partir de 80 anos (26,27%) e de 15-19 anos (3,37%), respectivamente. Em relação à cor/raça, os brancos possuem a maior taxa (12,7%) e, em contrapartida, os pretos apresentam a menor (7,32%). Dentre as regiões metropolitanas do estado da Bahia, a de Petrolina/Juazeiro se evidencia (14,29%), sendo a de menor taxa a Área de Expansão de Feira de Santana (4,55%). A Região Metropolitana de Salvador apresenta mortalidade de 6,09%, destacando-se com 305 óbitos de um total de 546 em todo o estado, no período.
A taxa de mortalidade por TB pulmonar na Bahia é maior entre os indivíduos de raça branca, faixa etária acima dos 80 anos e habitantes da Região Metropolitana de Petrolina/Juazeiro. Quanto ao sexo, não há diferença significativa nas taxas, embora a literatura mundial revele que a incidência entre os homens seja 2 ou 3 vezes maior. Com relação à idade, foram observados picos nos extremos etários, o que corrobora com a grande maioria das patologias por se tratarem de grupos de maior vulnerabilidade. A literatura mostra que a população sem acesso a saúde e informação é a mais frágil à TB, o que contrasta com os resultados obtidos, visto que na Bahia a população preta é a de menores condições. Portanto, o presente estudo revela que pesquisas e trabalhos com o intuito de fornecerem mais dados sobre o tema são necessários.
tuberculose pulmonar; epidemiologia; mortalidade; bahia
Clínica Médica
Adriano Fonsêca Paixão, Victor da Paixão Guimarães, Beatriz Carvalho Góes, Yasmin Alves Luz