NEFROPATIA DE BERGER: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO: A Nefropatia de Berger, ou Nefropatia por IgA, é a glomerulonefrite primária mais comum no mundo. Sua incidência gira entre os 20 e 30 anos, e o predomínio é do sexo masculino, em proporção de 3:1.
OBJETIVO: Relatar um caso clínico típico de Nefropatia de Berger a partir da solicitação de exames direcionados, em que a história clínica foi insuficiente.
MÉTODO: Trata-se de um estudo de caso, no qual as informações foram obtidas por meio de revisão de prontuário e entrevista com o paciente.
DESCRIÇÃO DO CASO: A.F.C., 34 anos, branco, casado, natural e procedente de Criciúma, evangélico, auxiliar administrativo. Compareceu ao ambulatório de Nefrologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense em 17/06/14 encaminhado da cardiologia, devido a um exame de rotina, no qual se detectou hematúria microscópica e proteinúria elevada. O paciente apresentava-se assintomático, negava história de infecção do trato urinário ou respiratório recente, nefrolitíase, ou qualquer alteração miccional, na qualidade da urina, fluxo ou jato urinário. Foi solicitado exame qualitativo de urina (EQU) com pesquisa de hemácias dismórficas, IgA, proteinúria de 24 horas e clearance de creatinina. No dia 12/09/14 retornou ao mesmo ambulatório com os resultados: EQU com 110 hemácias/campo sendo 69% normocíticas e 31% dismórficas (acantócitos); IgA 607,10mg/dl; proteinúria de 24horas 270mg/24h em um volume urinário de 1.000mL; Clearance de creatinina 91ml/min/1,73m². Frente ao quadro, lhe foi solicitado biópsia renal e teste de imunofluorescência. No dia 18/11/14 retornou novamente ao ambulatório com o resultado da biópsia, na qual foi detectada esclerose glomerular global, atrofia tubular focal com fibrose intersticial discreta e hipercelularidade mesangial. Na imunofluorescência constatou-se padrão de deposição de IgA e C3. O paciente foi então diagnosticado com Nefropatia de Berger, e a conduta prescrita foi Losartana 50mg para uso contínuo. O paciente continua fazendo o controle semestral no ambulatório da Universidade do Extremo Sul Catarinense, aonde vem mantendo sua doença controlada com a medicação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: O comprometimento da função renal é muito variável nos portadores dessa doença, em muitos ela pode se manter estável, e em outros ela pode apresentar uma queda lenta e progressiva. Estima-se que após 20 anos de seguimento, cerca de 20 a 30% dos casos evoluem para insuficiência renal crônica, necessitando de hemodiálise ou transplante renal.
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Clínica Médica
Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC - Santa Catarina - Brasil
Estéfani Molinar, Gabriel Santos da Silva